quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Pra começar.

Foi até a casa dele. Agora a pouco o ano novo começou, passou o que? Quarenta e oito horas desde o primeiro minuto dessa nova temporada da vida?
_Vim matar o tempo contigo. – falou ao reparar que ele ficou surpreso.
Sentaram no meio fio e ficaram conversando.Conversas sem propósito, as conversas preferidas dela.
_
É nas conversas sem propósitos que a gente conhece a pessoa._Como assim?_É, porque a gente nunca tenta impressionar em coisas sem propósito, não tem aquela pressão psicológica também. Existe mais verdade.Não tardou ela se levantar e avisar que já ia. Deram um abraço de despedida mas ela avançou um passo em direção a ele, se pôs na mesma altura ficando na ponta dos pés e deu-lhe um beijo.
_
Feliz ano novo.Ela se afasta, recuando um passo. Ele a abraça novamente sorrindo.
_Obrigado por isso.




*****

O ano começa e temos que nos adaptar às novas regras ortográficas, como se não tivéssemos erros de português suficientes.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Em silêncio.

É difícil precisar de respostas e não tê-las. Quando dependemos delas para continuar, para sentir o coração menos apertado e conseguir respirar. As respostas que Asafe precisava no Salmos 73 se baseavam na observação dos fatos,afinal,os ímpios e soberbos sempre estão em segurança e lhes aumentavam as riquezas. Ele, bem, sentiu inveja sim. Não tinha as respostas, não enquanto os invejava e questionava freneticamente o porquê de ficar purificando o seu coração e lavando suas mãos com a tal inocência já que isso era em vão.
“Quando pensava em compreender isto,fiquei sobremodo pertubado.”(v.16)
Talvez ele andasse pela praia falando alto como um maluco pedindo a Deus uma explicação. Perguntando como um compulsivo por respostas, sem entender nada dessa melodia em que se encontrava.
A verdade é que às vezes Deus se cala. A orquestra simplesmente para de tocar e você continua em um compasso qualquer enquanto o maestro parou de reger. E nesse momento você nota que também é preciso parar e ficar em silêncio. “Na pausa não há música, mas a pausa ajuda a fazer a música.” Uma pausa não significará que está tudo interrompido, mas que você começou a entender a moral da história.


“Assentar-se solitário, e ficar em silêncio; porquanto Deus o pôs sobre ele.” (Lm 3;28)Tendo esperança e aguardar em silêncio. É a resposta que até mesmo Asafe acha quando se retira, vai ao santuário e entende o fim daqueles “lactobacilos vivos”,como diria Marcelo Tas. O fim daqueles que são como sonho esquecido na manhã seguinte.
Entender que “o maestro marca o compasso com a mesma precisão na pausa, e toma a nota seguinte com firmeza como se não tivesse ocorrido uma pausa.
Kleber Lucas define bem isso em uma música com seus gemidos inexprimíveis dizendo, “Deus, o que será que aconteceu?Mas o Teu silêncio é pra me fazer crescer e entender que Deus tem seu tempo,seu jeito...”



Talvez seja uma boa hora para escutar Deus falar em seu silêncio.

Algumas coisas não valem mais a pena ficar pela metade...

Algo a oferecer.


Fiquei na janela sentindo o vento gelado em meu nariz. Daqui vejo a cidade como uma maquete monstruosa e fazendo parte da mesma vista, um morro. Nesse morro,uma única árvore e nada mais.Talvez seja o efeito do vento gelado no nariz que faz com que eu pense em árvores. Não sei você, mas faço parte do grupo que acha que elas tem uma vida chata. Sem banhos de praia e nem idas ao shopping. São chatas e ponto. Entretanto, nesse mesmo esquema de uma chatice, a árvore faz coisas legais não apenas para mim, mas também para o mundo.Bem, esse texto não terá um foco ecológico, a verdade é que não entendo muito de ecologia, mas sei que elas servem para algo e talvez, apesar do seu jeitão parado, eu deveria dar mais chances e parar de arrancá-las pela raiz da minha vida. Parar de deixar apenas que uma árvore, aquela do morro, cumpra seu propósito sozinha.
Volto a olhar para as pessoas que se movem na maquete monstruosa. Cada uma com seu jeito e esquisitices. Histórias de vida e sonhos. Experiências e qualidades. Todas com um propósito, todas com algo a oferecer ao mundo, assim como as árvores estáticas e silenciosas. Um sorriso, um abraço, um pouco de conhecimento sem pedir nada em troca. Um pouco de amor, talvez. Algo a oferecer ao mundo. Existe alguém esperando a chance de fazer a diferença e outros esperando que façam a diferença. Dando o melhor de nós, esperando ver o melhor em nós. O mundo espera ansiosamente uma esperança para que a vida um dia se torne boa. O que nos resta, é não cortar mais as árvores pela raiz das nossas vidas.



*****


O Avalanche veio e foi,sem diário de bordo. Quem se importa?Sabe quando as coisas acontecem e tudo parece um sonho estranho e confuso? Bem, é mais ou menos isso.


*****

Sentirei falta de viver com aquele povo.

Fran, a doce,com cheiro doce que ama doce. Afrânio, o “sério” que sempre sorri. A Sus,vegetariana que adora canhotos (sorte a minha). Susu,Josias e Punkinha, o casal punk e sua cadelinha. Mário Jonas e seu jeito incrível de ser. Diniz e a emoção de vê-lo acertar meu nome.
Andréia, Camundongo,Thiaguinho do Coros!, Don Ramón Del Passo (Bruno), a dupla de BH (Kéké e Judá), Emiliano pizzaiolo, Éder, Hermana (Jimena,a peruana), Bruna...e agragados (Júlia,Andrey e Débora).

Tive que citar todos. É anotação para sempre lembrar. Saca?


*****

Você disse que viria. Eu te conhecendo,fui dormir.

Coisas que ela pensou.

Quanto ficava tarde, às vezes, a levava em casa. Agora estavam sozinhos, faltava apenas uma rua e foi aí percebeu o quanto ele estava tenso. Era fácil notar quando as coisas não estavam lá uma belezura. A mão dele pressionava a cabeça como quem quer arrancar algum pensamento, a mesma mão deslizada e apertava os olhos e novamente voltava para a cabeça.Se perguntou se era por tê-lo feito caminhar mais um pouco e pediu desculpas por fazê-lo. Percebeu que não fez muita diferença e talvez não fosse a culpada. O problema era com ele.
Ele a abraçou para se despedir. Ficaram assim por um tempo,abraçados. Falando alguma coisa sem sentido um para o outro ou para si mesmo. Ela não se afastou, ficou ali, talvez ele quisesse chorar ou reclamar ou dizer que nada estava bem... Um instante quietos e a boca dele encostou no ombro dela, respirou fundo e ela sentiu. Chegou o rosto para perto dela e a beijou. Viu o rosto dele bem de perto e sorriu.


Logo já não sabia porque ele resolveu ceder e queria que isso fosse uma resposta para sua aflição de estar ao seu lado e não poder se sentir normal,calculando como disfarçar e desviando o olhar. Ela queria que isso significasse que tudo ficaria bem. Pensou em se afastar e não se permitir ter esperanças, mas não conseguiria deixá-lo....
Gostava de seu carinho, de poder olhá-lo bem de perto e tocá-lo sem temer. Gostava do beijo e do jeito que afastou de seu rosto uma mecha de cabelo que havia se soltado.A sensação de saber, que pelo menos ali, eram apenas os dois.


Sentiu-se culpada por ser cúmplice, fazer dele um cúmplice e por pensar que haveria um depois, mesmo tento a certeza que estava errada. Culpada por não ter dito que na verdade, não queria sair no lucro com aquilo tudo, que ela só queria tentar fazê-lo feliz. Mas talvez fosse muita audácia pensar que conseguiria isso. Se dissesse talvez ele risse...Talvez, até sem promessas, só um tentar...Não por tentar.Só para dizer que conhecia o seu maior segredo e queria estar junto a ele mesmo assim.

As coisas passaram muito rápido em sua mente e ficaram só nela. Quem sabe, um dia, ele notaria, em uma hora qualquer, em um lugar qualquer...que ela só queria estar ali para fazê-lo, enfim,ter asas.Mas por enquanto o seu rosto era apenas aquele, que em um instante perto logo se distanciaria, como um rosto na janela de um ônibus que parte.


*****


_Não faz parte de mim desistir.

_De mim também não, mas acontece.

domingo, 12 de outubro de 2008

Avalanche e Eu – Um convite à loucura

[Apresentações]


As coisas acontecem e a gente nem lembra mais como começou. É verdade, quando vemos já estamos no meio do carretel de linha, completamente embolados e tudo mais. Quer saber da verdade? Eu gosto de estar no meio do carretel de linha, embolada...Gosto de saber que não sei das coisas e que nem tudo tem uma explicação e se tem, não cabe a mim saber.
Então,não me pergunte se serei uma missionária, não me pergunte o que farei depois, não me pergunte se serei forte o suficiente, não me pergunte nada assim...Se quiser posso te responder qual foi o primeiro cara a pisar na Lua ou a minha cor favorita de esmalte. Talvez possa me perguntar sobre o aquecimento global ou se esse ano nasce pé de manga rosa...O que você acha da reforma ortográfica? Mas não me pergunte algo mais complicado, não hoje. Não agora.


Desde o dia seis estou na base do Avalanche. Avalanche Missões Urbanas Underground (clique aqui), e fico aqui até o dia trinta desse mês. Pelo menos acho que fico aqui até o fim do mês,a verdade é que nesse curso de comunicação que estou fazendo se torna complicado planejar o amanhã. As coisas são meio imprevisíveis.


Estou desde segunda querendo escrever e só hoje que sentei em um sofá cabuloso perto de um janelão sem vidro no último andar do prédio despedaçado com um vento gelado no meu nariz e escutando o barulho do trânsito e das pessoas que chegam e saem (sempre o tempo todo).

O plano é fazer um diário de bordo, não sei se vou conseguir e tudo e tal, mas farei tentativas, nem que o diário venha depois. Espero que eu não seja uma completa chata ao decorrer desse tempo...as coisas importantes ficam guardadas na mente e isso quer dizer que vai além de matérias como Cosmovisão Cristã, mas um jeito novo de aprender que é necessário uma atitude real de carinho e amor de cada vez.




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Obrigada aos que se fazem presentes. Obrigada por estarem comigo... Por vocês, mil vez. Sempre.

sábado, 27 de setembro de 2008

Estranhamente familiares

Eram todos crentes naquela família e se reuniam todas as sextas-feiras na casa de uma das tias, filha da grande avó da família, para estudarem a Bíblia e cantarem músicas para o louvor de Deus. Bem, havia comida também. A comida nas reuniões está sempre presente, assim como uma garrafa de Coca-Cola e Coca-Cola ZERO.
Essa noite fizeram chocolate quente, aquele feito com um pouco de maisena. O tempo está frio e só aquela garota de blusa listrada que arriscou tomar Coca-Cola. Estava na cara que ela era diferente do resto, estava na cara que ela deveria ter tomado chocolate quente e tentar parecer com o resto...
A garota era filha do primeiro casamento do filho da grande avó e apenas recentemente começara a conhecer a família do cara grande que era seu pai. Ela tentava ser o mais simpática que conseguia...ela tentava lembrar quem era quem e que eles tinham o mesmo sobrenome que ela.


-Bethi,o nome dela é Bethi. Bethi,Bethi,Bethi...Não posso me esquecer do nome dela. Ela é mãe da Flávia. Eduardo. Alexandre...Será que consegui gravar? Flávia, Duda e Xande... –ela repedia diversas vezes para tentar gravar.


-Nossa! Como você cresceu! Lembra de mim? –esse homem a pegou de surpresa, ela não lembrava dele...não lembrava mesmo!


-Han...não! – ops...ela havia pensado que não lembrava,não precisava ter dito isso.


-Seu tio Elias. Sou pai da Flávia, Duda e Xande! – o cara de cabelo branco se apresentou. Ele tinha a cara de mafioso da família Corleone e ela se controlou para não fazer esse comentário.


-É cresci...desculpa,não lembrava... –falou constrangida se achando uma tonta. A Bethi era casada, não teve três filhos sozinha. Claro sua tonta! Bethi casada com Elias, Behi casada com Elias, Bethi casada com Elias. Não ia mais esquecer do detalhe.


As pessoas conversavam freneticamente e ela estava ali se entupindo de Coca-Cola. Era engraçado lembrarem dela. Como podiam lembrar? Seria mais confortante se tivessem esquecido, explicaria o porquê de nunca terem procurado para saber se estava viva...


-E as novas? – perguntou um de seus primos.


-Bom...nem uma para ser sincera. As novas ficam velhas e a vida continua na mesma... – se surpreendeu respondendo isso. Seria estranho responder, “Quanto tinha onze anos fiquei menstruada pela primeira vez...e quanto tinha doze fiquei com o primeiro garoto...bom...aos seis anos mudei para outra cidade...”.


Deu-se conta que tudo seria novidade aos ouvidos daquelas pessoas. E tentou não reparar mas eles tinham o nariz grande. Maior, muito maior que o dela. Não era só a Coca-Cola...estava literalmente na cara que eles eram diferentes.


-Margô,me passa um copo plástico? – a garota havia mordido toda a borda de seu copo e precisava de outro.


-Margô? Ela é sua tia menina! Chama de Tia! –a garota riu, não repetiu o nome dela, pegou o copo e agradeceu. Devia mesmo chamar de tia? De prima? Por via das dúvidas, chamou. Também chamou sua avó de “vózinha” (arrependeu-se).


Começaram o culto e ela começou a se sentir muito mal. Devia estar se sentindo em comunhão com todos aqueles estranhos familiares com estranhos narizes que estavam ali. Mas seu coração acelerou e se perguntou se um sobrenome era o suficiente para tornar aqueles ali seus velhos novos conhecidos. Estava disposta a tentar fazê-los seus novos parentes, mas algo no seu peito estava tão estranho. Eles eram tão crentes e isso deixava a distância e a indiferença de tantos anos ainda mais insuportável. Tão crentes...tão crentes...


O culto acabou finalmente, agora se sentia menos culpada por não ter cantado duas músicas e por ter aproveitado que sua avó estaria de olhos fechados na oração final para ficar mexendo no rosto com a mão. Depois orou quieta, sem fechar os olhos, pedindo perdão por ter raiva de tudo,por não ter conseguido sentir o que queria em relação a todos ali.
Essa noite não dormiria na casa de seu pai, ligou para uma amiga e disse que passaria a noite com ela. Mal despediu de todos, foi dando um ”tchau” de longe falando nome por nome, achou que seria um ótimo teste de memória.


-Vem aqui pra eu te dar um beijo! – só podia ser a tia que olhava torto pra ela. Ou seria ela que olhava torto pra tia?


Entrou no carro dos pais de sua amiga. Eles eram mais que os pais de sua amiga,eles tinham sobrenome diferente e o nariz também diferente...mas tinham amor por ela desde que era criança. Seu olho encheu de água, tentou não chorar...não conseguiu.


-O que aconteceu? Te fez muito mal ficar com eles? Não se sinta culpada... – foi a Tia Jurema com seu jeito amável tentando ajudá-la.


-Eu não consegui me sentir bem...Por Deus! Eles gostam muito de Silas Malafaia!Tem o nariz diferente do meu! Trocam Coca-Cola por chocolate quente! E ainda criticaram C.S. Lewis! Por Deus!Como podem criticá-lo? –agora ela olhava pela janela enquanto a mão de sua tia estendida para trás acariciava sua cabeça.


Não precisa ficar com raiva por não conseguir se sentir da família. Vamos lá para casa, você toma um pouco de água e se acalma. Você tentou...Só não fique com raiva por não gostar deles. – a garota balançava a perna sem parar, com mais força que o de costume. Não era o seu tique nervoso, era sua tensão e raiva.


Ela se perguntava como era possível não conseguir amá-los e como era possível eles não a amarem verdadeiramente. Ela se perguntava que tipo de crente era por sentir tanta raiva deles e poxa...eles eram também tão crentes e tão crentes... Por Deus! Ela se perguntava se Deus entenderia que ela estava ferida demais com aquilo e se Deus a perdoaria por ter o nariz tão pequeno.




*****


Minha irmã é linda. Ela gosta de mim, gosta de ficar me encarando o tempo todo e tentar pegar as páginas do livro enquanto leio. Queria saber o que ela pensa enquanto faz isso...


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Falta paixão...




sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Sem pé,com Cabeça.

Faz tempo que não posto só por postar. Na verdade, não sei qual foi a última vez que fiz isso...só pra contar uma história qualquer ou apenas para dizer que não tenho nada a dizer por hoje.

Bem, na verdade, nunca tenho algo a dizer, mas fico falando e falando e falando qualquer coisa meio sem sentido que a mente fértil de vocês tornam em uma coisa legal. Sou muito grata a vocês por serem tão viajantes em coisas tão alienadas...

Sabe?Às vezes fico besta quando cai a ficha das coisas que faço involuntariamente (voluntariamente também). É como passar a noite discutindo com o Cabeça porque ele é um cabeça dura. O tipo de pessoa que não é capaz de entender que eu tenho o direito de gostar de filmes de ficção, e é claro que ficção é mentira, caso contrário não teria esse nome (ficção). E no fim de tudo perceber que sou tão intolerante quanto ele, caso contrário não tentaria faze-lo parecer mais comigo e menos com o Cabeça intolerante que ele é.

Isso me faz lembrar do lendário França dizendo que não existe nada mais conservador que um liberal no poder e nada mais liberal que um conservador no poder. Sacaram o link da frase com a parada do Cabeça? Claro, vocês viajam demais, impossível não terem notado.


Queria até desenvolver mais essa idéia para ela se tornar um texto bacana e (talvez) reflexivo. Mas sinceramente estou aqui por nada, pra ninguém... Tipo, me dou o direito de fazer esse tipo de coisa porque quase nunca faço isso aqui e postar uma poesia qualquer não daria para ficar falando e falando e falando...

Tanto faz na verdade, quem se importa? O bom é que o nome do post faz jus a ele.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

¨dOis perdidOs em uma nOite quase suja

_ Não.
_Não? Por que não?
_ Não vai chover. Estar nublado não é sinônimo de chuva, diz ele com aquele olhar rimbaudiano, sorrindo pela retina.
_ É sim.
_ Não, não é.
Ela silencia, e os dois continuam quietos entre a imprevisão do tempo e o sarcasmo do rapaz que tentava ser o novo rimbaud.
_ Viu? Não disse? Começou a chover, afirma a garota. De risada irônica como quem fizesse um gol ou vencesse uma batalha com um tiro só. E certeiro, não fosse a resposta dele.
_ Chuviscar não é chover.
_ É sim!
_ Não, não é.
Ela abaixa a cabeça, troca os passos pelo passado e quer sussurrar com os anjos, já que ele não a escuta.

_ Pena, quando chove a Lua não aparece.
_ Não está chovendo e a Lua vai aparecer hoje.
_ O céu está nublado e chuviscar é chover.
_ E o céu estar nublado tem haver com o que na história?
_ A Lua não aparece com o céu nublado.
_ O vento está para o lado oposto.... a Lua aparece hoje.
_ Não, você vai ver...a Lua não vai aparecer e a chuva vai apertar.
_ Esse é seu problema, você sempre pensa que sabe de tudo. Ela perdera a calma com quem perde o silêncio.
_ Só porque eu estou falando isso significa que eu penso ser a dona da verdade?
_ É.
_Oh, eu só estou falando o que eu acho! Só porque estou certa....
_ Agora me chama de burro! Não disse que você .....
_ Não te chamei de burro!!!
_ Aham, chamou....
_ OHHHH!!!
_ Sim, chamou....
_ Eu disse que estou certa e isso não é chamar de burro!
_ O tom que você usou..
_ O tom???
Ela começa a ficar nervosa.
_ Viu??? Não choveu....Parou de chuviscar.
_ E o que tem???
_ Você disse que ia chover. Não choveu.
_ O céu ainda está nublado....vai chover sim.
_ Não, claro que não vai, minha cara.
_ Agora é você me chamando de...
_ Não te chamei de nada, oras.
_ Se quando eu disse que estava certa e te chamei de burro, agora foi você que me chamou de burra, acusa-o quase xingando, enquanto ele sorri entre dentes. Você está rindo de que?
_ Nada...

Ela pára por um instante. O silêncio consome a discussão e ela o beija.
E a lua, enfim, aparece.

*****

Não ia dizer, mas esse texto é uma repostagem do meu antigo blog. Naquela época as coisas eram diferentes e o Sthevo me ajudou em pequenos detalhes. Eu gosto do texto e desconsidero o final alternativo onde o homem morre.

domingo, 31 de agosto de 2008

E era verdade


A morte do Bussunda nunca fez muito sentido pra mim. Não curto o programa que ele fazia, não ria de suas piadas, ele era mais um entre muitos, mas morrer simplesmente não me descia. Quando isso aconteceu, eu estava em um congresso e lá não tínhamos contato com nenhum meio de comunicação a não ser os telefones celulares. Receber a notícia foi como uma pegadinha. Quem ia acreditar naquilo? Não acreditei e demorou para acreditar.Mas foi isso, o Bussunda morreu e depois de ver que não pregaram-me uma peça, aceitei e ele continuou sendo tão importante para mim quanto antes.
Logo depois desse fato, li um texto que o Pedro Bial escreveu sobre a morte, e esse texto falava sobre a sensação que teve ao ver os depoimentos dos colegas do Casseta & Planeta no velório do Bussunda, a sensação era de que a qualquer momento iria estourar uma piada. Não estourou piada alguma e aquilo ali era realmente a pura verdade.

Todos estávamos ansiosos pela noite de sábado, a noite do casamento do Clóvis com a Gaby. Engraçado conhecer esse garoto a tão pouco tempo, engraçado ele ter um jeitão de conquistar qualquer pessoa, engraçado ele ter se casado. Sinceramente? Isso também parecia uma grande piada, parecia mais uma piada que o Clóvis contaria pra toda a galera.
Era tudo muito estranho, confessei que estava esperando que o Clóvis chegaria e com a igreja lotada, pegaria o microfone e falaria com seu jeito descontraído, “Galera, isso foi uma piada! Sacou, véi?”. Nós sairíamos rindo dali, talvez um pouco frustrados pelos presentes comprados e uma tarde “desperdiçada” com a pesquisa pelo melhor preço de microondas.
Mas enquanto esperávamos pelo início de tudo aquilo, vi um noivo ansioso. Ansioso e sempre com seu jeito descontraído. Ele ria e estalava os dedos, ele ria e mordia os lábios, ele ria e se esticava para ver além da porta. A Gaby se atrasou e eu fiquei impaciente. Ainda tinha tempo para que se tornasse uma piada, mas eu sabia que não era. O Clóvis, aquele cara das bagunças de congresso ia se casar.
Sorri, incontroladamente com tudo o que acontecia na cerimônia, desde o atraso da noiva, o atraso da expectativa, até a hora de bater palmas no fim do casamento. Confesso que queria ter batido palma no primeiro momento, na entrada do próprio na igreja.
Foi uma cerimônia bem descontraída, com o noivo piscando pra um, dando “tchau” para o outro e sem se importar com as formalidades habituais presentes em uma cerimônia de casamento. Sem dúvidas tive vontade de chorar em alguns momentos, (sou sensível mesmo, e daí?) inclusive após a cerimônia das alianças quando a Gaby cantou para ele uma música com um estilo de musical da Broadway. Mas essa vontade foi interrompida pela leitura labial onde o noivo com cara de bobo, olhava para ela e dizia “Eu te amo cara”.

Sabe,algumas coisas marcam a gente, conhecer o Clóvis marca as pessoas, ir ao batismo do Clóvis foi um fato histórico e agora em seu casamento. Estou feliz por isso, estou lembrando de orar por eles e pelo futuro de sua família, seja aqui ou em qualquer outro lugar.
Se eu pensava que em qualquer momento estouraria uma piada, me enganei.

Era o Clóvis ali e era verdade.
*****
Ainda não dei um abraço no Pércio, ainda não falei que gostei muito de tê-lo assistido pela manhã. Ele é um cara corajoso, ele é um cara inteligente e é um cara de Deus. Ele faz com que esse jazz fique cada vez melhor!
Pércio, foi muito bom e nem precisou começar a dançar lá na frente.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Ao léu.

_Acho que nunca te dei um presente.- sentindo um pouco de culpa por ainda não te-lo feito
_Deu sim... –falou com um tom que pudesse a animar.
_É? – surgiu uma esperança para o fim da culpa e preocupação tentando lembrar.
_Nasceu. –disse um pouco embolado, baixo, constrangido.
_Não entendi.... – o resultado de falar embolado,baixo e constrangido
_Me deu aquela pulseira que eu pedi. Lembra? – reconstruiu a frase
_Lembro sim...

****

_Minha mão está dormente...
_Não vai desmaiar não,vai?
_E se desmaiar?Vai fazer o que?
_Sair correndo e te deixo no chão.

****

_De onde saiu tão chato assim?
_Chato? OK...Estou indo embora Sr Raivinha
_Vai lá idiota.
_Linda.
_Besta.

****

_Todo mundo tem seu preço.
_Tem?
_Tem sim...todos nós.
_Qual é o seu preço?
_Por quê?
_Pra eu pagar.

****

_Então ano que vem?
_É...e você?
_Acho que também.

****

_Depois de um tempo você vai se esquecer de mim...
_Não, não vou...
_Promete?
_Eu não vou me esquecer...
_Todo mundo mente.

****

_Ai, desisto então.
_Por favor....
_O que?
_Não desiste de mim.

****

_Um pássaro pode amar um peixe, mas onde eles viveriam?!
_Então eu terei que construir asas para você.

****

_Eu te amo,mas não ele isso para o lado pessoal.

****

_É muito ruim te conhecer tão bem.
_Como assim?

_Significa que eu não posso acreditar nas suas mais belas mentiras...

****

_O que acontece quando a gente não ama mais uma pessoa e não consegue odiá-la por tudo o que ela fez?

_Você fica indiferente...

****

_Tem café?
_Estava esperando você perguntar.

****

_O que você vê na Lua?Coelho ou São Jorge?
_Crateras.

****

_O ruim de estar com o coração partido é que a gente não se lembra mais como se sentia antes...

****

Um abraço. Um silêncio. Um sorriso.

****

_É que eu estava relembrando umas conversas...
_Momento nostalgia?

_Não.

domingo, 24 de agosto de 2008

Aos perdidos e loucos.

O Gato apenas sorriu quando viu Alice. Ele parecia bem natural, ela pensou, e tinha garras muito longas e muitos dentes grandes, assim ela sentiu que deveria tratá-lo com respeito.
_Gatinho de Cheshire - começou, bem timidamente, pois não tinha certeza se ele gostaria de ser chamado assim: entretando ele apenas sorriu um pouco mais -Acho que ele gostou - pensou Alice, e continuou -O senhor poderia me dizer, por favor, qual o caminho que devo tomar para sair daqui?
_Isso depende muito de para onde você quer ir. - respondeu o Gato.
_Não me importo muito para onde...- retrucou Alice.
_Então não importa o caminho que você escolha. - disse o Gato.
_...contanto que dê em algum lugar. - Alice completou.
_Oh, você pode ter certeza que vai chegar...- disse o Gato -...se você caminhar bastante.
Alice sentiu que isso não deveria ser negado, então ela tentou outra pergunta.
_Que tipo de gente vive lá?
_Naquela direção - o Gato disse, apontando sua pata direita em círculo - vive o Chapeleiro, e naquela - apontando a outra pata - vive a Lebre de Março. Visite qualquer um que você queira, os dois são malucos.
_Mas eu não quero ficar entre gente maluca - Alice retrucou.
_Oh, você não tem saída - disse o Gato- nós somos todos malucos aqui. Eu sou louco. Você é louca.
_Como você sabe que eu sou louca?- perguntou Alice.
_Você deve ser - afirmou o Gato -ou então não teria vindo para cá.

*****

Gosto dessa parte do livro “Alice no país das maravilhas”. Comecei a ler porque pensava que o sorriso do gato podia ter algum significado que o desenho não mostrava. Não sei por que pensei nisso, afinal, se um coelho de relógio e cogumelos que fazem a pessoa diminuir e aumentar de tamanho não fazem muito sentido, porque o sorriso de um gato faria?

*****

Bom, estou em Itaperuna e isso já faz um pouco mais de uma semana. Apesar da vontade louca de tomar Frapê com a Raquel, aqui existem pessoas que fazem a vida ficar mais importante que um calendário do ano passado.

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Ele esqueceu, eu acho. Eu esqueci completamente até lembrar (óbvio isso não?).

Não sei se esse tipo de coisa é importante e faz alguma diferença, mas aqui vai os parabéns para o Elvino por completar no dia 18, dois anos de blog. Ele torna promessas como “sempre é sempre” serem muito fáceis de cumprir. Ah, ele também é o inventor da organização do blog por asteriscos!rsrs
Hoje ele é o pregador da noite, espero que não trema muito lá na frente e que se saia muito bem.
Fica um forte abraço pra ele aqui.

(asteriscos)

Novo álbum do Paralelo 3

[sem olhar a placa]

Compre já o seu!

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Meu inteiro, amando pela metade.

Começou, acho, comigo simplesmente falando:
_A vida é uma belezura. - Não costumo falar isso da vida, não uso a palavra “belezura”, nem “bela” para me referir à vida. Costumo falar que a vida é sacana.
_Êita vida sacana! – é assim que falo. Não que não goste dela e use isso para menosprezá-la, mas é acho ela meio intrigante. A vida é uma belezura e sacana.

Não queria ficar falando da vida, mas confessei estar aprendendo a viver aos poucos. Isso não é novidade, todos aprendem aos poucos como viver melhor. Eu nunca vivi antes, e sempre tem a primeira vez para tudo, sabe? Os espíritas já viveram outras vezes e queria saber como conseguiram fazer isso. Mesmo assim, eu que sou uma novata nessa coisa de viver, estou me saindo tão bem quanto aqueles que reencarnaram e parecem que ainda não entenderam como as coisas funcionam por aqui.

Então veio a pergunta:
_Como você está?- ou talvez fosse - Como está você?- e respondi que muito bem e que parei de escutar as vozes ruins que ficam em minha cabeça. Essas vozes são meio sem educação e não falam com a gente coisas legais, achei que seria bom ignora-las até aprenderem a ser mais gentis comigo. Sou uma pessoa sensível, as pessoas e vozes tem de me tratar com um pouco de cuidado, caso contrário levo para o lado pessoal.

_Como assim? – sabia que certamente essa de vozes falando em minha cabeça não faria um sentido completo para ela, então expliquei melhor dizendo que sou uma pessoa que me critico muito, notei isso porque nem elogios sei receber mais. E não saber aceitar que talvez eu seja uma pessoa legal, que não sou tão infantil quanto me vejo e que as pessoas podem sim me amar é, não só uma forma completamente doente de me criticar, como uma forma muito mal disfarçada de não mostrar o quanto falta em mim àquela coisa que as pessoas chamam de amor próprio.
_Resumindo, disse eu, estou começando a me amar. Afinal, também não é o que dizem de mim ou como me tratam que vai definir o que sou. E isso pode soar como um livro de auto-ajuda, daqueles que eu tenho repulsa, mas acho que faz um sentido lógico nessa coisa toda, sabe?

Ela sabia o que eu estava querendo dizer com essa coisa toda e disse:

_Estou orgulhosa de você! – ela não viu, mas eu sorri quando ela disse isso, e eu falei:

_Também estou orgulhosa de mim.

_Me confessa uma coisa? – um momento de silêncio com aquele suspense básico – Tem lido livros de auto-ajudo, né?

_Não...Capuccino...

_Como assim?

_Esquece...outro dia te explico.


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Tinha me esquecido das músicas da antiga 12 Tribus. Essa semana estava jogando paciência no computador e resolvi escutar umas músicas mal gravadas no quarto do Bezinho. Sabe, eles tem boas músicas e tem letras realmente muito interessantes. Não sei se eu já sabia disso e tinha me esquecido ou se agora que fui reparar.O mais legal é que uma daquelas músicas faz meu coração disparar, por isso fica um trechinho dessa música aqui, afinal de contas, essas músicas estão embalando meus momentos de computador, jogo de paciência e leitura de “Alice no país das Maravilhas”.

“Sei que é difícil olhar nos olhos
e dizer o quanto amamos.
Mas tu me enches do teu amor
e me conhece como ninguém
Conhece o meu coração
e sabe da minha intenção de lhe fazer feliz”


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Não podia faltar, para quem está lendo Alice no país das Maravilhas:

_Cortem-lhe a cabeça!

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Levei Raquel para ver Arquivo X no cinema. Gosto de Arquivo X, é meio doente e todos que entram no cinema para ver esse filme são suspeitos quanto a sanidade mental. Mas, “Eu quero acreditar”. Não quero desistir de acreditar (não necessariamente em ET’s e esquisitices).
Acho que a Raquel ficou traumatizada, acho que ela nunca mais vai ao cinema comigo ou nunca mais vai deixar que eu escolha o filme.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Coisas de capuccino.

Começou do nada e virou rotina nossa. Todas as quartas-feiras, que a Paula mais uma vez matava as aulas de direito, era de lei vermos House juntas. Tinha também o detalhe do capuccino. Víamos House e tomávamos capuccino em frente a tv. Era uma coisa muito legal, essa rotina era algo que inspirava intimidade. Não pelo House, ele é sarcástico, arrogante, frio, causador de impacto e essas coisas deixam o ator sexy, mas não inspira nada de intimidade, coisa que o capuccino faz.

Não sei se é por isso que o Elvino se viciou em capuccino.Vir e mexe ele sai e chama alguém para ir com ele. No dia em que precisávamos conversar o combinado foi esse. Foi um tipo de programa diferente, sem a impessoalidade que a maionese e o refrigerante me sugerem.Conversamos coisas e tomamos capuccino com pão de queijo, que dá um efeito bacana, até para mim que não sou chegada. E se o capuccino tiver creme fica ainda melhor, a menos que tenha alguém querendo tirar foto sua com bigodinho de creme.

Tenho sérios problemas com isso de confiança e intimidade, com as pessoas e comigo mesma. Tenho problemas, mas preciso muito disso. E sinto que confio quando experimento momentos de intimidade com ela, caso contrário, me manteria o mais impessoal possível.

Esse tipo de coisa me faz pensar que Deus gosta de capuccino e que em alguns momentos ele fica ansioso por um convite irrecusável desses. Tudo fica meio sem sentido quando não se pode confiar em ninguém e quando não se sente próximo de Deus. São tardes de capuccino e pão de queijo que fazem algumas coisas valerem a pena e terem algum sentido.

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"I have nothing left to say
It's only words
And what l feel
Won't change"

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Meus dias de internet estão cada vez mais raros, os horários estreitos. Então quando estou na internet não sinto tanta vontade assim de postar, apesar dos textos estarem prontos (ou quase) esperando por um bom dia para aparecerem por aqui.

Espero não perder o tesão nisso....

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Durval, saudades de você. Apesar de ser muito irritada e você irritante, sinto muitas saudades suas. Fazer o que se me apeguei? Agora não tem mais jeito...
Esperando ansiosamente pela tarde de açaí com maracujá!

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Vem aí CONINVERJES, ainda não sei o que significa a sigla, mas está chegando o congresso na PIB Praia da Costa, nos dias 15,16 e 17 de agosto. Com a presença do Grupo Unção de Deus e a Equipe King’s Kids. Estão convidados, é aqui em Vila Velha, mas isso é coisa boba...


sábado, 19 de julho de 2008

A vida, como ela é?

Concluiu que tentar viver segundo qualquer tipo de plano que pudesse ser arquitetado com antecedência era como tentar comprar ingredientes para uma receita no supermercado.
Você pega um daqueles carrinhos que simplesmente não andam na direção que você quer e acaba comprando coisas completamente diferentes.
O que fazer com tudo aquilo? O que fazer com a receita. Ela não tinha idéia.

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Véi...acho que isso tirei de um dos livros do Douglas Adams. Creio que do Praticamente Inofensiva.

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Sabe que dia é hoje? Claro que não...Eu não me lembrava logo, isso nem passaria pela sua cabeça. Hoje meu blog faz um ano de existência... Quem diria que conseguiria empurrar isso aqui até hoje? Depois disso só imprevisões meus caros, só imprevisões.

E com isso queria agradecer aos que ainda passam por aqui. É bom saber que não desistiram de mim, apesar de muita gente ter ido e ter vindo nesse ano. E como isso aconteceu durante esse tempo!!

Aos comentaristas, aos anônimos, aos leitores esporádicos e aos assíduos, ao meu sócio e por aí vai....Obrigada!

sábado, 12 de julho de 2008

Coisa de novela.

Ele é casado e ama loucamente sua mulher. Ama de forma que morreria por ela, ou viveria por ela. Ele realmente a ama.Foi assim que construiu uma vida ao seu lado, eles dois sob um teto, seriam uma família. Seriam felizes juntos.
Ela no início de tudo não tinha dúvidas, nem das coisas que ele sentia por ela e nem das coisas que sentia por ele. Tinha a certeza e foi por isso que se casou. Mas, com o tempo as coisas ficaram meio esquisitas, sentia dele todo o amor, mas já não dava. Não dava para “materializar as coisas que sentia”, já não sentia mais nada. Realmente não dava.
Pensou que tudo poderia mudar com a gravidez. Ficou grávida de um menino e com os primeiros meses da criança a rotina mudou, mas, rotina não é sentimento. Estava ficando insuportável viver aquela vida.
Podia fazer as coisas com sinceridade, sentar e conversar e falar que não deu certo, que o casamento não a fazia feliz e que ia se mudar dali. Sendo que ele a amava, ele não deixaria as coisas acabarem assim e sem saber muito o que fazer, então,decidiu ser covarde.
Pela noite saiu de casa, não deixou carta e nem um motivo aparente. Deixou o filho. Não se despediu de ninguém. Apenas sumiu. Eles acordariam pela manhã e não teriam mais pistas dela, não saberiam o que havia acontecido. Como se ela nunca tivesse existido.
O marido acorda e não acha a mulher por ali. Procura, liga e espera. Ninguém sabe onde ela foi parar. Esperou, mas não voltou pela noite, nem na semana seguinte e nem no mês seguinte. Ela não voltaria, não tão cedo.
Ele continuou a viver, na verdade uns dizem que ele morreu para a vida, mas ele sabia que tinha um bom motivo para continuar vivendo. Os dias se passavam e sentia que ela ainda estava ali com ele e com seu filho, ainda a amava da mesma forma.
Não se apaixonou mais por nenhuma outra mulher, continuou fiel e esperava o dia que os ET’s iriam trazer sua mulher para casa depois dos testes. Aceitava que ela fazia parte de um plano superior, e a esperaria até o fim para viverem felizes novamente.


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Achei muito bacana a estória base do Zé Maier na novela. Achei tão bacana que virou algo parecido com um texto, claro que está meio diferente.

Não sei se sou muito diferente dele. Não acredito muito nisso...


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Como eu estou? Tenho passado os meus dias na companhia de Donald Miller e da minha avó. As coisas são boas por aqui, por mais que muita gente acredite que é meio difícil ser feliz no exílio. Às vezes o peixe vivo morre dentro da Lagoa.


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Falando no Don.... o que acham do Blue Like Jazz ou, no Brasil, Como os Pingüins Me Ajudaram a Entender Deus, virar filme?



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Pois então, aquela coisa toda e tudo e tal...Estou com sérios problemas com a coisa toda de falta de criatividade.


segunda-feira, 30 de junho de 2008

Sobrevivente como o Souza.

Para mim é uma experiência nova viver em uma casa onde só moram mulheres. A casa fica bem feminina, a liberdade ainda me incomoda um pouco... Mas acredito seriamente que posso sobreviver a uma coisa assim, como o Tio Telmo, que é um exemplo de sobrevivente.
Tio Telmo é o meu pai emprestado, casado com a tia Jurema e pai das minhas amigas/irmãs Thais e Tainá. Não sei a quanto tempo é casado, faz mais de vinte anos e desde então passa por essa experiência.
O Jolly seria uma companhia masculina para a casa, mas é um poodle branco com nome em francês e hábitos afrescalhados. É uma mulézinha! Mais uma para o tio Telmo.
De quebra ganhou uma filha emprestada e como se não fosse pouca coisa viver com três mulheres, o Jolly, uma filha emprestada, nos tempos vagos ele ajuda as vizinhas como marido de aluguel, com aquelas tarefas que mulheres nunca farão.
Mulheres de TPM, tia Jurema logo logo entrará na menopausa (se isso ainda não aconteceu). Garotas em crise, calcinhas penduradas. Mulheres babando no George Cloney ao ver um filme, namorados de filhas, um cachorro que foge de cadelinhas e pula em joelhos, censura aos atos puramente masculinos...
Enquanto o Lucas treme ao escutar a palavra “menstruação”, o tio Telmo com sua valentia e em um ato meio constrangedor me deu os parabéns pela minha primeira.
Às vezes acho que isso tudo tem a ver com ele ser um capitão da aeronáutica, mesmo que agora em reserva. Talvez viver com mulheres torne o treinamento militar a coisa mais fácil do mundo.
O tio Telmo é o cara.

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” Ainda que a Lua adormeça
E não haja o brilho das estrelas
Eu não temerei não"

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Tive uma quinta-feira incrível e um domingo muito muito bom. Queria escrever sobre isso aqui...no dia que tomar coragem quem sabe?

terça-feira, 24 de junho de 2008

Beijando porcos.

Olhando o arquivo morto de blogs alheiosm achei uma frase perdida. Algumas coisas realmente fazem a nossa mente funcionar e essa foi uma delas.


De repente, o mundo todo se conformou com um certo padrão de vida.De repente, até eu estava gostando de comer comida de porco.De beijar os porcos. (...)


(Elvino Pinheiro)



Fiquei pensando nisso e lembrando de uma coisa que me disseram, uma daquelas conversas que a gente lembra sem esquecer. Essa foi muito rápida, eu andava para a igreja no domingo pela noite e meu cérebro estava acelerado da forma que sempre fica quando ando sozinha. Encontrei com a Aline que me ofereceu carona no carro novo. Não aceitei, precisava continuar com o cérebro rodando.
Não tenho idéia do que falei para ela, acho que não foi algo muito feliz. Mas lembro que ela comentou que quando somos crentes fica mais difícil nos contentar com as coisas, e ficarmos felizes com pouco, sempre estamos esperando o melhor de Deus para nossas vidas.
Isso fez muito sentido para mim. Porque é assim que as coisas funcionam ou deveriam funcionar. A gente não deveria desistir tão facilmente da certeza que Deus coloca em nossas vidas, mas parece que a esperança das pessoas se perdem em um chiqueiro e vivem com os porcos e os beijam como se fosse a melhor coisa que pudessem encontrar.
Não desistir de Deus. Não esquecer que ele é o Deus que muda as pessoas. Que a gente não precisa se acostumar com um cheiro forte de coisa estragada, porque todavia, a voz de Deus nos dá esperança e nos chama em um lugar mais belo que a nossa imaginação pode tentar criar.
Deus não desistiu de mim. Ele sabe eu posso ser melhor que isso.




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Durock, nada contra as garotas que resolverem te beijar.


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Sem horas e Sem dores. Bem vindos ao Teatro Mágico, segundo ato. Onde...A poesia prevalece.