domingo, 31 de agosto de 2008

E era verdade


A morte do Bussunda nunca fez muito sentido pra mim. Não curto o programa que ele fazia, não ria de suas piadas, ele era mais um entre muitos, mas morrer simplesmente não me descia. Quando isso aconteceu, eu estava em um congresso e lá não tínhamos contato com nenhum meio de comunicação a não ser os telefones celulares. Receber a notícia foi como uma pegadinha. Quem ia acreditar naquilo? Não acreditei e demorou para acreditar.Mas foi isso, o Bussunda morreu e depois de ver que não pregaram-me uma peça, aceitei e ele continuou sendo tão importante para mim quanto antes.
Logo depois desse fato, li um texto que o Pedro Bial escreveu sobre a morte, e esse texto falava sobre a sensação que teve ao ver os depoimentos dos colegas do Casseta & Planeta no velório do Bussunda, a sensação era de que a qualquer momento iria estourar uma piada. Não estourou piada alguma e aquilo ali era realmente a pura verdade.

Todos estávamos ansiosos pela noite de sábado, a noite do casamento do Clóvis com a Gaby. Engraçado conhecer esse garoto a tão pouco tempo, engraçado ele ter um jeitão de conquistar qualquer pessoa, engraçado ele ter se casado. Sinceramente? Isso também parecia uma grande piada, parecia mais uma piada que o Clóvis contaria pra toda a galera.
Era tudo muito estranho, confessei que estava esperando que o Clóvis chegaria e com a igreja lotada, pegaria o microfone e falaria com seu jeito descontraído, “Galera, isso foi uma piada! Sacou, véi?”. Nós sairíamos rindo dali, talvez um pouco frustrados pelos presentes comprados e uma tarde “desperdiçada” com a pesquisa pelo melhor preço de microondas.
Mas enquanto esperávamos pelo início de tudo aquilo, vi um noivo ansioso. Ansioso e sempre com seu jeito descontraído. Ele ria e estalava os dedos, ele ria e mordia os lábios, ele ria e se esticava para ver além da porta. A Gaby se atrasou e eu fiquei impaciente. Ainda tinha tempo para que se tornasse uma piada, mas eu sabia que não era. O Clóvis, aquele cara das bagunças de congresso ia se casar.
Sorri, incontroladamente com tudo o que acontecia na cerimônia, desde o atraso da noiva, o atraso da expectativa, até a hora de bater palmas no fim do casamento. Confesso que queria ter batido palma no primeiro momento, na entrada do próprio na igreja.
Foi uma cerimônia bem descontraída, com o noivo piscando pra um, dando “tchau” para o outro e sem se importar com as formalidades habituais presentes em uma cerimônia de casamento. Sem dúvidas tive vontade de chorar em alguns momentos, (sou sensível mesmo, e daí?) inclusive após a cerimônia das alianças quando a Gaby cantou para ele uma música com um estilo de musical da Broadway. Mas essa vontade foi interrompida pela leitura labial onde o noivo com cara de bobo, olhava para ela e dizia “Eu te amo cara”.

Sabe,algumas coisas marcam a gente, conhecer o Clóvis marca as pessoas, ir ao batismo do Clóvis foi um fato histórico e agora em seu casamento. Estou feliz por isso, estou lembrando de orar por eles e pelo futuro de sua família, seja aqui ou em qualquer outro lugar.
Se eu pensava que em qualquer momento estouraria uma piada, me enganei.

Era o Clóvis ali e era verdade.
*****
Ainda não dei um abraço no Pércio, ainda não falei que gostei muito de tê-lo assistido pela manhã. Ele é um cara corajoso, ele é um cara inteligente e é um cara de Deus. Ele faz com que esse jazz fique cada vez melhor!
Pércio, foi muito bom e nem precisou começar a dançar lá na frente.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Ao léu.

_Acho que nunca te dei um presente.- sentindo um pouco de culpa por ainda não te-lo feito
_Deu sim... –falou com um tom que pudesse a animar.
_É? – surgiu uma esperança para o fim da culpa e preocupação tentando lembrar.
_Nasceu. –disse um pouco embolado, baixo, constrangido.
_Não entendi.... – o resultado de falar embolado,baixo e constrangido
_Me deu aquela pulseira que eu pedi. Lembra? – reconstruiu a frase
_Lembro sim...

****

_Minha mão está dormente...
_Não vai desmaiar não,vai?
_E se desmaiar?Vai fazer o que?
_Sair correndo e te deixo no chão.

****

_De onde saiu tão chato assim?
_Chato? OK...Estou indo embora Sr Raivinha
_Vai lá idiota.
_Linda.
_Besta.

****

_Todo mundo tem seu preço.
_Tem?
_Tem sim...todos nós.
_Qual é o seu preço?
_Por quê?
_Pra eu pagar.

****

_Então ano que vem?
_É...e você?
_Acho que também.

****

_Depois de um tempo você vai se esquecer de mim...
_Não, não vou...
_Promete?
_Eu não vou me esquecer...
_Todo mundo mente.

****

_Ai, desisto então.
_Por favor....
_O que?
_Não desiste de mim.

****

_Um pássaro pode amar um peixe, mas onde eles viveriam?!
_Então eu terei que construir asas para você.

****

_Eu te amo,mas não ele isso para o lado pessoal.

****

_É muito ruim te conhecer tão bem.
_Como assim?

_Significa que eu não posso acreditar nas suas mais belas mentiras...

****

_O que acontece quando a gente não ama mais uma pessoa e não consegue odiá-la por tudo o que ela fez?

_Você fica indiferente...

****

_Tem café?
_Estava esperando você perguntar.

****

_O que você vê na Lua?Coelho ou São Jorge?
_Crateras.

****

_O ruim de estar com o coração partido é que a gente não se lembra mais como se sentia antes...

****

Um abraço. Um silêncio. Um sorriso.

****

_É que eu estava relembrando umas conversas...
_Momento nostalgia?

_Não.

domingo, 24 de agosto de 2008

Aos perdidos e loucos.

O Gato apenas sorriu quando viu Alice. Ele parecia bem natural, ela pensou, e tinha garras muito longas e muitos dentes grandes, assim ela sentiu que deveria tratá-lo com respeito.
_Gatinho de Cheshire - começou, bem timidamente, pois não tinha certeza se ele gostaria de ser chamado assim: entretando ele apenas sorriu um pouco mais -Acho que ele gostou - pensou Alice, e continuou -O senhor poderia me dizer, por favor, qual o caminho que devo tomar para sair daqui?
_Isso depende muito de para onde você quer ir. - respondeu o Gato.
_Não me importo muito para onde...- retrucou Alice.
_Então não importa o caminho que você escolha. - disse o Gato.
_...contanto que dê em algum lugar. - Alice completou.
_Oh, você pode ter certeza que vai chegar...- disse o Gato -...se você caminhar bastante.
Alice sentiu que isso não deveria ser negado, então ela tentou outra pergunta.
_Que tipo de gente vive lá?
_Naquela direção - o Gato disse, apontando sua pata direita em círculo - vive o Chapeleiro, e naquela - apontando a outra pata - vive a Lebre de Março. Visite qualquer um que você queira, os dois são malucos.
_Mas eu não quero ficar entre gente maluca - Alice retrucou.
_Oh, você não tem saída - disse o Gato- nós somos todos malucos aqui. Eu sou louco. Você é louca.
_Como você sabe que eu sou louca?- perguntou Alice.
_Você deve ser - afirmou o Gato -ou então não teria vindo para cá.

*****

Gosto dessa parte do livro “Alice no país das maravilhas”. Comecei a ler porque pensava que o sorriso do gato podia ter algum significado que o desenho não mostrava. Não sei por que pensei nisso, afinal, se um coelho de relógio e cogumelos que fazem a pessoa diminuir e aumentar de tamanho não fazem muito sentido, porque o sorriso de um gato faria?

*****

Bom, estou em Itaperuna e isso já faz um pouco mais de uma semana. Apesar da vontade louca de tomar Frapê com a Raquel, aqui existem pessoas que fazem a vida ficar mais importante que um calendário do ano passado.

*****

Ele esqueceu, eu acho. Eu esqueci completamente até lembrar (óbvio isso não?).

Não sei se esse tipo de coisa é importante e faz alguma diferença, mas aqui vai os parabéns para o Elvino por completar no dia 18, dois anos de blog. Ele torna promessas como “sempre é sempre” serem muito fáceis de cumprir. Ah, ele também é o inventor da organização do blog por asteriscos!rsrs
Hoje ele é o pregador da noite, espero que não trema muito lá na frente e que se saia muito bem.
Fica um forte abraço pra ele aqui.

(asteriscos)

Novo álbum do Paralelo 3

[sem olhar a placa]

Compre já o seu!

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Meu inteiro, amando pela metade.

Começou, acho, comigo simplesmente falando:
_A vida é uma belezura. - Não costumo falar isso da vida, não uso a palavra “belezura”, nem “bela” para me referir à vida. Costumo falar que a vida é sacana.
_Êita vida sacana! – é assim que falo. Não que não goste dela e use isso para menosprezá-la, mas é acho ela meio intrigante. A vida é uma belezura e sacana.

Não queria ficar falando da vida, mas confessei estar aprendendo a viver aos poucos. Isso não é novidade, todos aprendem aos poucos como viver melhor. Eu nunca vivi antes, e sempre tem a primeira vez para tudo, sabe? Os espíritas já viveram outras vezes e queria saber como conseguiram fazer isso. Mesmo assim, eu que sou uma novata nessa coisa de viver, estou me saindo tão bem quanto aqueles que reencarnaram e parecem que ainda não entenderam como as coisas funcionam por aqui.

Então veio a pergunta:
_Como você está?- ou talvez fosse - Como está você?- e respondi que muito bem e que parei de escutar as vozes ruins que ficam em minha cabeça. Essas vozes são meio sem educação e não falam com a gente coisas legais, achei que seria bom ignora-las até aprenderem a ser mais gentis comigo. Sou uma pessoa sensível, as pessoas e vozes tem de me tratar com um pouco de cuidado, caso contrário levo para o lado pessoal.

_Como assim? – sabia que certamente essa de vozes falando em minha cabeça não faria um sentido completo para ela, então expliquei melhor dizendo que sou uma pessoa que me critico muito, notei isso porque nem elogios sei receber mais. E não saber aceitar que talvez eu seja uma pessoa legal, que não sou tão infantil quanto me vejo e que as pessoas podem sim me amar é, não só uma forma completamente doente de me criticar, como uma forma muito mal disfarçada de não mostrar o quanto falta em mim àquela coisa que as pessoas chamam de amor próprio.
_Resumindo, disse eu, estou começando a me amar. Afinal, também não é o que dizem de mim ou como me tratam que vai definir o que sou. E isso pode soar como um livro de auto-ajuda, daqueles que eu tenho repulsa, mas acho que faz um sentido lógico nessa coisa toda, sabe?

Ela sabia o que eu estava querendo dizer com essa coisa toda e disse:

_Estou orgulhosa de você! – ela não viu, mas eu sorri quando ela disse isso, e eu falei:

_Também estou orgulhosa de mim.

_Me confessa uma coisa? – um momento de silêncio com aquele suspense básico – Tem lido livros de auto-ajudo, né?

_Não...Capuccino...

_Como assim?

_Esquece...outro dia te explico.


*****

Tinha me esquecido das músicas da antiga 12 Tribus. Essa semana estava jogando paciência no computador e resolvi escutar umas músicas mal gravadas no quarto do Bezinho. Sabe, eles tem boas músicas e tem letras realmente muito interessantes. Não sei se eu já sabia disso e tinha me esquecido ou se agora que fui reparar.O mais legal é que uma daquelas músicas faz meu coração disparar, por isso fica um trechinho dessa música aqui, afinal de contas, essas músicas estão embalando meus momentos de computador, jogo de paciência e leitura de “Alice no país das Maravilhas”.

“Sei que é difícil olhar nos olhos
e dizer o quanto amamos.
Mas tu me enches do teu amor
e me conhece como ninguém
Conhece o meu coração
e sabe da minha intenção de lhe fazer feliz”


*****

Não podia faltar, para quem está lendo Alice no país das Maravilhas:

_Cortem-lhe a cabeça!

*****

Levei Raquel para ver Arquivo X no cinema. Gosto de Arquivo X, é meio doente e todos que entram no cinema para ver esse filme são suspeitos quanto a sanidade mental. Mas, “Eu quero acreditar”. Não quero desistir de acreditar (não necessariamente em ET’s e esquisitices).
Acho que a Raquel ficou traumatizada, acho que ela nunca mais vai ao cinema comigo ou nunca mais vai deixar que eu escolha o filme.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Coisas de capuccino.

Começou do nada e virou rotina nossa. Todas as quartas-feiras, que a Paula mais uma vez matava as aulas de direito, era de lei vermos House juntas. Tinha também o detalhe do capuccino. Víamos House e tomávamos capuccino em frente a tv. Era uma coisa muito legal, essa rotina era algo que inspirava intimidade. Não pelo House, ele é sarcástico, arrogante, frio, causador de impacto e essas coisas deixam o ator sexy, mas não inspira nada de intimidade, coisa que o capuccino faz.

Não sei se é por isso que o Elvino se viciou em capuccino.Vir e mexe ele sai e chama alguém para ir com ele. No dia em que precisávamos conversar o combinado foi esse. Foi um tipo de programa diferente, sem a impessoalidade que a maionese e o refrigerante me sugerem.Conversamos coisas e tomamos capuccino com pão de queijo, que dá um efeito bacana, até para mim que não sou chegada. E se o capuccino tiver creme fica ainda melhor, a menos que tenha alguém querendo tirar foto sua com bigodinho de creme.

Tenho sérios problemas com isso de confiança e intimidade, com as pessoas e comigo mesma. Tenho problemas, mas preciso muito disso. E sinto que confio quando experimento momentos de intimidade com ela, caso contrário, me manteria o mais impessoal possível.

Esse tipo de coisa me faz pensar que Deus gosta de capuccino e que em alguns momentos ele fica ansioso por um convite irrecusável desses. Tudo fica meio sem sentido quando não se pode confiar em ninguém e quando não se sente próximo de Deus. São tardes de capuccino e pão de queijo que fazem algumas coisas valerem a pena e terem algum sentido.

*****

"I have nothing left to say
It's only words
And what l feel
Won't change"

*****

Meus dias de internet estão cada vez mais raros, os horários estreitos. Então quando estou na internet não sinto tanta vontade assim de postar, apesar dos textos estarem prontos (ou quase) esperando por um bom dia para aparecerem por aqui.

Espero não perder o tesão nisso....

*****

Durval, saudades de você. Apesar de ser muito irritada e você irritante, sinto muitas saudades suas. Fazer o que se me apeguei? Agora não tem mais jeito...
Esperando ansiosamente pela tarde de açaí com maracujá!

*****

Vem aí CONINVERJES, ainda não sei o que significa a sigla, mas está chegando o congresso na PIB Praia da Costa, nos dias 15,16 e 17 de agosto. Com a presença do Grupo Unção de Deus e a Equipe King’s Kids. Estão convidados, é aqui em Vila Velha, mas isso é coisa boba...