sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Clima/tempo.

A última vez que choveu foi no final de dezembro. Ficamos meio contrariados, queríamos ir para praia, não que eu curta praia, mas precisava tirar uma marca ridícula de roupa que estava em mim do dia anterior. Mas choveu. Eu não esperava e ela veio.

Depois disso não sei o que aconteceu, um silêncio dos céus. A chuva do final do ano fez com que abrisse um tempo seco e quente na região espírito-santense. Existe um vento que alivia em alguns momentos o calor, mas era tudo tão abafado e desconfortante. Comecei a ficar de mal - humor. Não estava bem, mesmo. Não consegui dormir por não achar conforto na minha posição pré-determinada para o sono, sim, durmo na mesma posição todas as noites, é mais fácil. Recomendo essa técnica.

Sem chuva nas primeiras duas semanas e eu me sentindo excluída do que parecia ter pego o Brasil inteiro. O maldito el niño esqueceu que os capixabas também amam? Cadê a merda da zona de convergência? É para isso que ela serve? E para onde foi a umidade vinda do norte dos país?

Quem estava em São Paulo não aguentava mais e eu acordava todos os dias metendo minha cara para fora da janela do quarto tentando ver um céu nublado. Às vezes ficava na cama tentando escutar um som de chuva. No lugar disso, levanto praguejando. Mas que puxa, nem um céu nublado para iludir a garota aqui.

Vai saber, hoje acordo com os olhos inchados de quem teve pouco tempo de sono. Coloco o uniforme de trabalho tentando imaginar a hora de terminar meu serviço, voltar para a cama e dormir esse sono que meu corpo pede. Saio do prédio e pasmem (!) o chão está molhado e os carros também. Fico parada encarando o céu, ainda está escuro, mas não indica mais chuva. Tento me convencer que é cedo demais para ver nuvens, o Sol não acordou, igual a mim.

Sabe quando uma criança se sente traída? Fiquei pensando em como não esperaram por mim para o fenômeno de águas caindo. Que coisa! Eu tanto esperei por esse momento e ele passa sem que eu veja, ele simplesmente passa como se o momento não fosse meu, não fosse para mim. Ta que o vapor não pensou em se condensar para satisfazer minhas vontades, mas ele podia pelo menos esperado eu acordar, ninguém esperava esse momento mais que eu e apenas os porteiros dos prédios o viram acontecer.

Fico agora olhando os sites de metereologia tentando acreditar neles como quem acredita no horóscopo. Dizem que dias de chuva virão, eu fico a acreditar. Espero que a chuva venha enquanto eu estiver acordada, não quero perder nada, talvez fique até sem piscar.


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Vai Ana C., diz que tudo faz sentido.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Um mundo por empadas

Desejo louco de comer empadas, naqueles momentos que pensamos que só seremos felizes quando fizermos algo, mas a verdade é que se não o fizermos o mundo acabaria por descuido nosso. São os desejos da alma, diriam.
Então compro, três de uma vez só, para ter certeza de dever cumprido. Olho com um olhar voraz para todas elas, o vendedor nota e me aconselha esperar um pouco, estavam muito quentes, “Coma com cuidado”.
-O senhor não entende, o mundo pode acabar!
Vale à pena ter a língua queimada para salvar o mundo?, perguntariam.

Eu arriscaria minha língua para descobrir.



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Passamos Natal, bem. Os meus meninos chegaram, barulhentos. Em qualquer momento, feliz. Fomos para Itaperuna, quietos. Voltei já em 2010, contrariada. Recebi visita, companheira. Entrei para o twitter, por impulso. Entrei pro formspring, por tédio. Sai dos dois, racionalmente. E estamos aqui em um texto, absurdo.