quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Sossego

Contando com os feriados,recessos e com fim de semana, a família teria cinco dias livre, morando em uma cidade pequena e sem muito passa tempo decidiram então que viajariam para a casa de praia da tia e é claro, sem a tia.
Entraram no carro não levando muitas esperanças que esses dias seriam grandes coisa, mas tinham certeza que seria melhor passa-los em um local diferente, mesmo que tão sem distrações quanto sua própria cidade.
As malas estavam no carro junto com o patriarca da família, a mulher do próprio, os três filhos, a amiga magrela da filha mais velha e o vídeo game do filho do meio. Logo que chegaram na casa de praia o céu fechou, bem que disseram que nuvens fofas era sinal de chuva. Quem acredita em uma teoria assim?
Ficou um pouco medonho o local, foi o comentário da mais velha para a amiga ao entrarem no quarto que dava vista para o quintal. Típica cena de filme de terror, foi o comentário da amiga para a filha mais velha tentando achar algo interessante para fazer já que só teriam televisão no dia seguinte.
O patriarca saiu da casa e foi instalar a bomba para que a água chegasse na caixa d'água e as meninas ficaram ali, sentadas na cama olhando pela janela tendo ligeiros devaneios. As luzes da casa foram apagadas para que ele não levasse um choque ao instalar a bomba. Ninguém queria isso ocorresse, ainda mais sem herança, ainda mais em um feriado. A imagem dele foi substituída por apenas uma sombra.
Silêncio, com a falta de luz todos ficaram em silêncio. O silêncio foi quebrado com passadas fortes e descompassadas pela casa. Alguns berros que vinham de não sei onde, terminavam não sei o por quê e não diziam nada.
Elas não sabiam muito bem o que estava acontecendo então permaneceram quietas ali, tentando enxergar algo do lado de fora. Espera, tinha mais de uma sombra ali? Um grito cortou as passadas descompassadas que davam pela casa e um corpo caiu no chão.
O que estava acontecendo? Barulho de pancadas pela casa. Seria a hora de entrar em pânico ou a hora de entrar em pânico já havia passado? Então bateram forte na porta, esmurravam a porta. Elas se olharam quase sem movimento.
_Vamos jogar bisca? - pergunta o pai que vai entrando pela porta como quem havia descoberto a grande distração da noite chuvosa.
_Eu não sei jogar...- a amiga magrela diz enquanto todas as luzes voltavam a acender.
_Tudo bem.Se o naipe....-começou com a maior paciência do mundo.






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Tâmara veio.Tive minha última Feira do Saber. Minha mãe veio.Eu fui.Aprendi a jogar bisca e teoricamente buraco. Perdi muitas vezes para o Paulo. Escutei estórias de terror da Hélvia (só no sussurro!). Escutei as piadas da Dorila. Acordei com raiva do Hítalo e do Lediel. Minha mãe foi. A Tâmara foi. Eu voltei. Meu cachorro cresceu muito enquanto eu viajava. Eu escrevi! E volto quando Deus quiser...



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É muito estranho baixar músicas do Roberto Carlos e rir com A Praça é Nossa?


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Estou tentando aceitar as mudanças que estão prestes a ocorrer na minha vida. Pode parecer drama, ainda mais porque sou ótima nisso, mas não vai ser tão fácil assim deixar Itaperuna em menos de dois meses. É...as coisas vão mudar....


#40 dias para acabar o ano.


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Às vezes, parece tão longe
Eu digo: Alô!
Mas ninguém responde
Eu entro no meu quarto
Eu fecho a porta
Mas parece que o céu
Está de bronze

Eu digo:
Deus, o que será que aconteceu?
Mas o Teu silêncio é...
Pra me fazer crescer


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_Mas eu não quero me encontrar com gente louca – observou Alice.

_Você não pode evitar isso – replicou o gato. – Todos nós aqui somos loucos. Eu sou louco. Você é louca.
_Como sabe que eu sou louca? – indagou Alice.
_Deve ser - disse o gato – ou não estaria aqui.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

A confissão de Henry Jekyll

“A razão vacilou-me,
mas não me abandonou por completo.”





Não sei porque acontece esse tipo de coisa comigo. Entendo o que Deus me diz, sei que Ele entende o que sinto e sei que o que faço não pode ser explicado por nada disso.Talvez seja culpa minha. Mentir para Deus? É impossível sim, mas a verdade não é capaz de explicar tudo o que sinto.
Esses dias não estão sendo os mais fáceis. Não que eu esteja tão mal que chegue a atacar qualquer pessoa que se aproxime de mim, na verdade nem notariam que estou assim se não tivesse martelando nesse teclado em uma noite sexta-feira.
Por mais que não quisesse, algumas vontades primitivas voltaram e não saber lidar com isso faz parte de todo o processo. Pensei nesses dias em alguns textos que nem ficariam ruins, mas preferi manter o silêncio...Se manter sem falas é um princípio de sabedoria mesmo que algumas pessoas achem que a gente deva falar.
Tenho conseguido pensar, tenho conseguido ter idéias, mas nem uma delas são idéias que deveriam ser tidas. E quanto mais eu queria melhorar mais algo em mim buscava (busca) o primitivo. Foi até muito bom ler “O Médico e o Monstro”, me senti um pouco como o Mr. Jekyll e a forma que ele instigava seu lado ruim com prazer e chega na satisfação. Logo após ele começa a se arrepender, um vício incessante de bem estar, de esperança e uma forma angustiante de saber que nisso tudo está a sua condenação.
No ápice disso tudo é que escrevo, não como a carta final que Jekyll escreve no livro contando todo o seu processo de dominação pelo Mr. Hyde e como tudo já estava incontrolável, mas como uma forma de conseguir colocar as idéias em ordem e buscar um alívio. Até porque o fim de Mr. Hyde não é o mais belo...


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Meu tempo como aluna do ensino médio está terminando. Falta menos de um mês para tudo aquilo terminar. Sentirei falta te conviver com algumas pessoas, outras eu chego a me questionar e fazer apostas de quanto tempo vou demorar para que eu esqueça seu nome. Falando nisso quase que esqueci que amanhã tenho simulado pela manhã...tsss
Aos que se interessam, a Feira do Saber será quarta-feira...


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Às vezes acho que algumas pessoas tem o livre acesso sobre meus pensamentos. Será que nessa era de tecnologia os cérebros adquiriram bluetooth?


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Agradecendo a presença da Mila e da Paula pelos comentários...sempre bom lê-los. Obrigada e até o próximo post e que ele não demore tanto...