Veio lutando com o guarda-chuva até o portão de casa. Não sabia exatamente o por quê de insistir tanto em ficar seca. Adora chuva, ela adora andar na chuva e sentir a água batendo no seu rosto. Antes de entrar se deu conta desse absurdo e fecha.
Ele vem correndo logo em seguida, completamente molhado, se apressando para encontrar um abrigo. Entra pelo portão e sobe as escadas onde chega a um lugar coberto.
Ela fica parada, no segundo degrau, com o guarda-chuva fechado e com o sorriso do tamanho do mundo. As gotas que pareciam molhá-la devagar, como se fizessem carinho.
“Isso é muito, muito bom”, fala sorrindo olhando para ele. “Isso é a melhor coisa do mundo”, fala sorrindo e fecha os olhos sem nem pensar sair do lugar.
Ele ali apenas olhando, seguro debaixo da cobertura que antecede a segunda porta. “Isso é realmente um sorriso. Uma criança feliz!”.
Ela sobe as escadas devagar ainda sorrindo. Entram pela porta. Ele chama o elevador. Ela aperta o botão do andar dela e do andar dele. Ele chega.
“Até nosso próximo encontro casual”. Ela ri.
“Até.”
*****
Ela vem chegando de branco, meiga, linda, pura e muito tímida
Com a chuva molhando o seu corpo
Que eu vou abraçar
E a gente no meio da rua, do mundo, no meio da chuva
A girar
isso vai virar uma saga? vai vai vai?!
ResponderExcluirencontro casual faz tão bem quanto chuva fazendo carinho.
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