sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Pensamento profundo nº1

Não sei o que o Wagner pensa de mim, definitivamente desisti e comecei a não querer mais saber depois da minha adolescência na casa na rua Ary Parreiras, altos, bairro Niterói. Eu acordei pensando nisso, uma vez falou comigo que chega uma hora em nossa vida que devemos nos preocupar com o que as pessoas acham da gente, ou coisa assim. Ele queria dizer com isso, sem mais filosofias, que eu devia usar salto alto, unhas sempre pintadas e me tornar uma dessas meninas vaidosas que ele gosta de namorar. Eu não faço muito bem isso até hoje e não sei o que me fará mudar completamente. Talvez um belo rapaz alto e com um corpo atlético, talvez. Porém não me importo muito com isso, na verdade, tenho bons motivos em não me importar com isso e mal sabe o Wagner que teve muita influencia da irmã dele ser como é.

Eu disse que acordei pensando nisso porque acordei me arrumando para ir cortar o cabelo. O Wagner detestaria se soubesse o que eu queria fazer. Ele nunca me elogia completamente, ele detesta a forma com que me visto e o meu tênis roxo. Eu reclamo toda vez que ele vem com esses papinhos, ele diz que sou mau-humorada e acha que tem razão.

Então, deixando de lado o Wagner e o jeito estranho dele dizer que me ama, ou seja lá Deus o que isso quer dizer, eu fiquei no cabeleireiro lendo e esperando o atrasado do moço chegar para começar a usar a tesoura. Apenas eu pensando no que realmente queria fazer ou o que agradaria a alguém e o que minha avó e o Wagner gostam e ou o que qualquer outra pessoa do mundo falaria se eu cortasse o cabelo e escambau a quatro... Daí estava igual a uma idiota porque uma decisão simples, cortar o cabelo, se tornou um dilema no meu mundo preto e branco. Cabelo cresce e ia ficar praticamente igual ao que estava antes. Eu não ia fazer sexo, ou fumar, ou beber exageradamente sendo uma ridícula. Não ia andar pelada na avenida sambando e nem sair beijando qualquer cara ridículo que eu encontrasse em um bloco no carnaval. Eu só ia cortar o cabelo, coisa que daqui a um tempo seria obrigada a fazer novamente&novamente. E cara, eu queria apenas cortar o cabelo, nem era curto, só em camadas, naturalmente tecnicamente. E simplesmente quase não o fiz...

Enfim cortei o cabelo, não fiz as unhas nessa semana, continuo andando de tênis e chinelo pela rua e ainda fui cantada no meio do caminho quando estava voltando para casa e o cara nem era pedreiro e não me chamou de gostosa, ele falou que eu estava linda. Então eu fiquei bem, porque apesar de ‘para nós nunca ser o bastante viver com quem é apenas o que é’, às vezes dá certo, não só pelo cabelo.

2 comentários:

  1. quatro parágrafos sobre cortar o cabelo... parece que eu deveria ter dado mais bola quando vc veio me contar, certo?
    rs

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  2. Naninha, minha amada e linda. Adoro seu jeito de ser, sempre adorei. Amo como se pode amar alguém com quem não se é permitido casar. Na verdade todas as "críticas"(sugestões/toques) que dou ocorrem, exatamente, pq sei q parece muito comigo numa fase em que ainda não sabia que dava pra ser mais feliz. Estou com tanta vontade de ficar repetindo q te amo... pq isso?
    bj, te amo. (mas o tênis roxo, esse eu não gosto mesmo)

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