(por: Fernando Anitelli- O Teatro Mágico)
Pelo retrovisor enxergamos tudo ao contrário
Letras, lados, lestes
O relógio de pulso pula de uma mão para outra e na verdade... ]
[ nada muda
A criança que me pediu dez centavos é um homem de idade ]
[ no meu retrovisor
A menina debruçando favores toda suja
É mãe de filhos que não conhece
Vendeu-os por açúcar
Prendas de quermesse
A placa do carro da frente se inverte quando passo por ele
E nesse tráfego acelero o que posso
Acho que não ultrapasso e quando o faço nem noto
O farol fecha...
Outras flores e carros surgem em meu retrovisor
Retrovisor é passado
É de vez em quando... do meu lado
Nunca é na frente
É o segundo mais tarde... próximo... seguinte
É o que passou e muitas vezes ninguém viu
Retrovisor nos mostra o que ficou; o que partiu
O que agora só ficou no pensamento
Retrovisor é mesmice em dia de trânsito lento
Retrovisor mostra meus olhos com lembranças mal resolvidas
Mostra as ruas que escolhi... calçadas e avenidas
Deixa explícito que se vou pra frente
Coisas ficam para trás
A gente só nunca sabe... que coisas são essas
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“Ah, se eu pudesse dizer tudo que tenho trancado aqui no peito.
Mas não posso. Eu não posso nem chorar.
Eu acho que, se chorasse, iam sair pedras dos meus olhos.”
Vinícius de Moraes
(asteriscos)
Escrito com os meus garranchos (II)
Quisera ela ter o mundo nas mãos, não o tinha,
mas agia de quando em vez como se pudesse um dia ter.
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NÃO SE PRENDE
MAS SE DEIXA PRENDER
por instantes
CEDENDO AOS NOSSOS
MAIORES ABSURDOS
por fé em nós
MAS SE DEIXA PRENDER
por instantes
CEDENDO AOS NOSSOS
MAIORES ABSURDOS
por fé em nós
Estou tonto...
ResponderExcluirSérioo! Amei.. o começo meio e fim...
to sem palavras....
E o seus garranchos poderiam ser uma ótima introdução a uma cronica, livro ou sei lá o que... simplesmente MARA!
bjs
desde quando vc escreve em verso!?
ResponderExcluir[deve ser coisa do inverno que se achega, rs]
saudades!
me diz, novidades?