segunda-feira, 2 de junho de 2008

Aventuras de Sophia

Toda brincadeira começa com alegria
Mas o sino do almoço troca o riso por feijão”







As duas tinham uma espécie de amizade, digo espécie sem saber muito bem o motivo. A pergunta que não quer calar é como a gente decide de quem se torna amigo? Elas duas eram amigas, apesar da diferença de idade, de gosto, de conversa. Uma encontrava na outra o que precisava naquele exato momento. Isso era amizade para elas, há quem diga que isso era apenas convivência. Elas não viam isso assim, elas levam a sério uma a outra apesar de tantas diferenças.
Uma ainda não sabia pronunciar corretamente as palavras e para tudo perguntava o porquê. Esta procurava alguém para brincar. A outra esperava em alguém um motivo para sorrir sem motivo. Aquela era quatorze anos mais nova que esta.
A mais nova era vizinha da mais velha, e não posso deixar de dizer “Vice-versa”, que a “Recíproca de uma para a outra é verdadeira”. Não tem como sermos vizinhos sozinhos sem retribuição. E na casa dela aparecia freqüentemente com sua mãe que conversava com a mãe dela, e era nesse momento que se encontravam e faziam brincadeiras muito legais. As brincadeiras eram muito legais para a mais nova, a mais velha achava meio sem lógica. A lógica aparecia apenas quando ela sorria.
Um dia a pequena apareceu enquanto a outra tirava as roupas da mala. Se esparramou na parte da cama que estava arrumada e a desarrumou. A garota que arrumava as roupas deixou de lado o trabalho chato, pegou um lençol e sentou ao lado da pequena desarrumadora de partes arrumadas da cama.
Seria interessante se brincassem de cabaninha essa noite, determinou mentalmente a mais velha. Estava um pouco frio e ela um pouco cansada. Não falou do que brincariam, nunca falava, apenas fazia. Ia se cobrindo e cobrindo a garota que não entendeu o motivo. Ela nunca havia brincado de cabaninha, mas isso não era problema. O bom é que crianças sempre aprendem mais rápido que os adultos.




_O que é que é que você tá fazendo? - a menina já estava quase completamente coberta.
_Estou escondendo a gente. Você não sente medo? -ela falava um pouco mais baixo que o normal.
_Medo de que? - já estava debaixo do lençol e seu tom de voz acompanhava o da mais velha.
_É que às vezes eles ficam debaixo na nossa cama e aí temos que nos esconder.
_E ficar toda coberta se não eles pegam a gente. - a voz dela era quase “inescutável”.
_E se eles pegarem a gente? -era a hora de fazer a menina usar a imaginação, talvez isso seria útil mais tarde para criar redações ou escrever em um blog.
_Shiii, fala mais baixo!! -exigiu a menina com um sussurro.



_Desculpa...E você sabe o que vai acontecer se pegarem a gente?-repetiu a pergunta
_Vão levar a gente pra longe da nossa mãe e nunca mais vamos ver ela. Nunca mais. -a testa da menina franziu e os olhos encheram de água e continuou – Onde está a minha mãe??
A causadora de choros infantis se descobriu rapidamente, a menina nem pestanejou com medo “deles”, foi levada até onde a voz da mãe podia ser escutada. E como se voltasse a realidade ela sorriu, pegou na mão da mais velha com os olhos brilhantes e chamou:
_Vamos voltar pra lá!!A gente se cobre e brinca de cabaninha dinovo!
_Não...é melhor eu te ensinar a dança do Menininho Torto...
_Você ficou com medo? Fica com medo não...é só faz de conta.


*****







"Meninas são bruxas e fadas,
Palhaço é um homem todo pintado de piadas!
Céu azul é o telhado do mundo inteiro,
Sonho é uma coisa que fica dentro do meu travesseiro!"
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Estava meio que afim de acabar com isso. Mas então me toquei que está perto do aniversário do blog e vou esperar para conseguir comemorar um ano do Pela Metade e dois anos de “textos” escritos. Sei lá como se comemora aniversário de blog, talvez nem texto tenha, mas é só para tirar onda com os novatos. Se bem que eles estão se saindo muito bem!


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Teve um dia que o Richard estava um cadim paranóico por se tocar que o que se escreve em um blog é lido por qualquer pessoa em qualquer lugar. Eu não dei muita corda pra crise dele porque ele poderia desistir de escrever e isso seria chato. Mas então, estou falando isso porque descobri que o Ricardo vem aqui e achei muito bacana...queria dizer que estou gradicida!

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"Velhinhos são crianças nascidas faz tempo!
Com água e farinha eu colo figurinha e foto em documento!
Escola é onde a gente aprende palavrão...
Tambor no meu peito faz o batuque do meu coração!"

2 comentários:

  1. “Toda brincadeira começa com alegria
    Mas o sino do almoço troca o riso por feijão”

    Continuo vendo sentido sem entender... rs

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  2. Bom, deu pra perceber que vc vai ser bem rica na sua vida, pelo tamanho do texto; quero fazer parte do seu testamento... qnd estiver menos cansado vou ler o seu texto!

    Desde ja, agradeço pela compreensão.

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Sem horas e sem dores,esse espaço é recomendado para seus escritos, sejam eles sobre o texto ou sobre a resposta fundamental da vida,do universo e tudo mais.


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Fica um abraço pra quem sentir vontade de receber um.