Estava deitada na cama há algum tempo. Não sentia sono, mas era bom ficar ali olhando para o teto branco e para o movimento do ventilador. Tudo o que havia feito durante a tarde se passava como um filme em sua cabeça, desde o sorvete que tomou sozinha na rua depois de enfrentar a fila do banco até a última chateação do dia que ainda estava entalada em sua garganta. Coisas normais, coisas da rotina.
Fazia tempo que as ligações para ele haviam saído do seu costume e por um momento sentiu vontade de pegar o telefone e ligar. Não estava tarde, não tinha nada para fazer, ligar seria o ideal. Mas, o que diria?
Virou-se de bruços na cama, chegou o travesseiro para perto do corpo e com força o abraçava. Realmente queria ligar. Queria falar como tinha sido o seu dia e perguntar coisas rotineiras sobre viagens, Deus, música, livros... queria fazer as piadinhas ridículas e implicar com o jeito com que ele ri e por nunca se lembrar de detalhes importantes.
Sentou na cama e ficou olhando para o telefone na mesinha de cabeceira. Sabia que essa vontade era normal, ela entendia de onde vinha, mas não seria o mesmo com ele. Talvez estivesse até ocupado.
Era bom conversar com ele,ele a fazia bem e essas eram as coisas que nunca poderia dizer. Essa era a explicação.
Pegou o telefone e se deitou. Precisava de um pouco de coragem. Talvez se ligasse fingindo querer saber alguma coisa,então se a conversa não fluísse poderia acabar falando “bom, era só isso mesmo” e desligaria sentindo um pouco de raiva...
Olhou para o telefone pensando que seria muito bom se ele tocasse agora e uma voz do outro lado começaria uma conversa dizendo “boa noite”,talvez. Mas não aconteceria, a voz teria que ser a dela.
Digitou os números quase desistindo e dava voltas no quarto enquanto chamava. Chamava. Chamava. Mas ninguém atendeu,o telefone voltou para a mesinha de cabeceira e ela a observar o ventilador rodando.
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A Gil está em Itaperuna nessa semana. Amanhã é aniversário dela e fica aqui os parabéns. Por amanhã e pelo dia nove de janeiro, o dia em que foi registrada.
A Aline Farias não consegue comentar no meu blog. Pensei em dar umas aulinhas para ela de como mexer no computador, talvez assim ela consiga comentar direitinho.
Pastor Paulo Zarro disse para eu registrar nos anais do meu blog toda a chantagem emocional que ele tem me feito nessas duas últimas semanas. Ele está certo quando cita “O pequeno príncipe” dizendo: és responsável pelo que cativas.
Eu não deveria mesmo ter o direito de ir...
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Sei que muita gente não vai gostar do texto,mas ele tem seu valor. Tenho tido que tirar a inspiração do nada depois que parei com o café em sua quantidade exagerada.
esse post seu descreveu meu dia de ontem!
ResponderExcluirO.o
(eu gostei do texto... sou anormal por isso???)
bjos
ps. meu pai mandou dizer que vc não deveria ir embora. rsrs
PARAbéNS por ser a única a conseguir comentar aqui!!!
ResponderExcluir:D
nunca é tarde para se comentar...
ResponderExcluireu tbm gostei do texto
mas, em comum com a paula,
não sou nenhum exemplo de normalidade...
ai q saudaaade d vc!
Bjux
Sabe de uma coisa? Eu nunca imaginei que vc faria tanta falta aqui perto de mim!
ResponderExcluirtoc toc! tangente, pra vc!