segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Tola imaginação


Tenho uma quedinha pela história de Abraão por causa do sonho que ele tem de ter uma família, com filhos lotando a casa branca com janelas azuis, um labrador desengonçado... Isso porque faz parte de um sonho meio sentimental que tenho, ter ma família tão minha. Se Deus chegasse e falasse que eu teria uma descendência tão numerosa quanto as estrelas que estão no céu, meus olhos teriam lágrimas o suficiente como as gotas de água do oceano. Isso foi bobo, mas é bobo meu sonho.
Sendo que nem Abraão que era Abraão teve uma história cheia de cenas lindas e maravilhosas. Sinceramente tenho repulsa por ele mentir sobre sua mulher, falando que era sua irmã e ela acabar lá com o faraó. Foi tão ridículo, tão perverso! Ele se deu uma boa desculpa, ele pensou que era o certo porque estava com medo. Fez um cálculo e tirou conclusões erradíssimas. Poxa!
(nota da autora 1: detesto pontos de exclamação, mas não pude evitar, fato.)
Será que ele não entendeu que essa promessa era tão intima? Deus daria uma terra, sem mentiras. Deus daria filhos, sem mentiras. Deus daria sua grande nação, sem mentiras e sem que sua mulher tivesse que fazer sexo com o faraó. Ele acreditou em sua idéia estapafúrdia, tirou conclusões sobre a possível atitude do faraó sem pagar pra ver o que seria. E no final das contas o faraó morreu de raiva porque Abraão, o cara da promessa do livro de Gênesis, foi um idiota com sua mulher... Que tipo de cara “dá” a mulher?

Mas faço isso também porque sou ótima de desculpas esfarrapadas e sou mais medrosa que Abraão e sou tão capaz de esquecer que minha vida foi criada para um propósito lindo quanto ele. Existem diversas formas de se prostituir e cada uma escolhe a sua. Existem várias formas de se desviar de Deus apenas deixando sua imaginação vagar. Somos capazes de cometer barbarias por nossos medos e ainda achamos que temos razão. Somos capazes de viver algo sem sentido por simples medo de ficar sozinhos. Somos capazes de dar as coisas que mais significam para nós (acho que a mulher dele significava alguma coisa, apenas acho) por medo.

Achar demais com Deus é um erro. Tentar arranjar desculpas demais com Deus é um erro. Ter criatividade demais para idéias estapafúrdias com Deus é tenebroso. E apenas quando ele se tocou que no final das contas não devia questionar é que ele começou a parecer com a pessoa que eu curto, o Abraão patriarca. Ele aprendeu que Deus ia zelar por ele, por Sarah, por Isaque. Até quando o maior sacrifício fosse pedido, Deus cuidaria. Ele parou de achar, foi honrado com descendentes e eram mais numerosos que as estrelas do céu. Ele só precisou parar de imaginar as coisas...

Um comentário:

  1. uma salva de palmas para a palavra "estapafúrdia"! \o/
    Abraão era um cara legal!
    bjos

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