segunda-feira, 30 de junho de 2008

Sobrevivente como o Souza.

Para mim é uma experiência nova viver em uma casa onde só moram mulheres. A casa fica bem feminina, a liberdade ainda me incomoda um pouco... Mas acredito seriamente que posso sobreviver a uma coisa assim, como o Tio Telmo, que é um exemplo de sobrevivente.
Tio Telmo é o meu pai emprestado, casado com a tia Jurema e pai das minhas amigas/irmãs Thais e Tainá. Não sei a quanto tempo é casado, faz mais de vinte anos e desde então passa por essa experiência.
O Jolly seria uma companhia masculina para a casa, mas é um poodle branco com nome em francês e hábitos afrescalhados. É uma mulézinha! Mais uma para o tio Telmo.
De quebra ganhou uma filha emprestada e como se não fosse pouca coisa viver com três mulheres, o Jolly, uma filha emprestada, nos tempos vagos ele ajuda as vizinhas como marido de aluguel, com aquelas tarefas que mulheres nunca farão.
Mulheres de TPM, tia Jurema logo logo entrará na menopausa (se isso ainda não aconteceu). Garotas em crise, calcinhas penduradas. Mulheres babando no George Cloney ao ver um filme, namorados de filhas, um cachorro que foge de cadelinhas e pula em joelhos, censura aos atos puramente masculinos...
Enquanto o Lucas treme ao escutar a palavra “menstruação”, o tio Telmo com sua valentia e em um ato meio constrangedor me deu os parabéns pela minha primeira.
Às vezes acho que isso tudo tem a ver com ele ser um capitão da aeronáutica, mesmo que agora em reserva. Talvez viver com mulheres torne o treinamento militar a coisa mais fácil do mundo.
O tio Telmo é o cara.

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” Ainda que a Lua adormeça
E não haja o brilho das estrelas
Eu não temerei não"

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Tive uma quinta-feira incrível e um domingo muito muito bom. Queria escrever sobre isso aqui...no dia que tomar coragem quem sabe?

terça-feira, 24 de junho de 2008

Beijando porcos.

Olhando o arquivo morto de blogs alheiosm achei uma frase perdida. Algumas coisas realmente fazem a nossa mente funcionar e essa foi uma delas.


De repente, o mundo todo se conformou com um certo padrão de vida.De repente, até eu estava gostando de comer comida de porco.De beijar os porcos. (...)


(Elvino Pinheiro)



Fiquei pensando nisso e lembrando de uma coisa que me disseram, uma daquelas conversas que a gente lembra sem esquecer. Essa foi muito rápida, eu andava para a igreja no domingo pela noite e meu cérebro estava acelerado da forma que sempre fica quando ando sozinha. Encontrei com a Aline que me ofereceu carona no carro novo. Não aceitei, precisava continuar com o cérebro rodando.
Não tenho idéia do que falei para ela, acho que não foi algo muito feliz. Mas lembro que ela comentou que quando somos crentes fica mais difícil nos contentar com as coisas, e ficarmos felizes com pouco, sempre estamos esperando o melhor de Deus para nossas vidas.
Isso fez muito sentido para mim. Porque é assim que as coisas funcionam ou deveriam funcionar. A gente não deveria desistir tão facilmente da certeza que Deus coloca em nossas vidas, mas parece que a esperança das pessoas se perdem em um chiqueiro e vivem com os porcos e os beijam como se fosse a melhor coisa que pudessem encontrar.
Não desistir de Deus. Não esquecer que ele é o Deus que muda as pessoas. Que a gente não precisa se acostumar com um cheiro forte de coisa estragada, porque todavia, a voz de Deus nos dá esperança e nos chama em um lugar mais belo que a nossa imaginação pode tentar criar.
Deus não desistiu de mim. Ele sabe eu posso ser melhor que isso.




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Durock, nada contra as garotas que resolverem te beijar.


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Sem horas e Sem dores. Bem vindos ao Teatro Mágico, segundo ato. Onde...A poesia prevalece.

sábado, 21 de junho de 2008

Da espera,rosas.

Já não era mais uma criança ou uma menina sonhadora, com o tempo que passava ganhou responsabilidades em resposta ao espaço conquistado no mundo das pessoas grandes e atarefadas. Mudou de onde morava com os pais, para outro bairro, uma pequena casa de fundos, onde, como costumava dizer, tinha que escolher o que ficava dentro: a mobília ou ela. É, sabia que essa piadinha era muito ridícula, mas era a coisa mais engraçada e mais próxima da verdade que conseguiu pensar. Considerava sua sorte um pequeno espaço que com ousadia chamava de “O meu quintal”. Aquilo ali estava longe de ser um lugar invejado pelos outros, mas com criatividade...com criatividade seria um lugar onde sentiria prazer em estar. Reforçando, com muita criatividade.

Foi nisso que ele pensou quando foi visitá-la pela primeira vez. Como um bom amigo,não podia deixar as coisas assim do jeito que estavam. Tão sem graça, tão sem vida. Tomou a atitude simples na segunda visita feita de levar uma muda de roseira, dissera que faria bem ao quintal se tornar um pequeno jardim.
Ela sorriu, sabia que realmente estava faltando muita coisa naquele canto e uma roseira seria um bom começo. Naquela tarde plantaram juntos, ele não entendia nada de jardinagem mas deu uma força moral e estratégica.

Se antes ela se frustrava com o dito “meu quintal”, agora ficava frustada de ver como a planta não floria. Era um absurdo que uma mudinha de rosa demorasse tanto para ficar bonita e mostrar uma flor. Era um absurdo.
Sempre que sentavam no quintal para conversar, ela parava por um instante e o perguntava:
_Tem certeza que aquilo que você me deu era uma roseira? - com o tom mais sarcástico que podia fazer.
Ele não ligava, sabia que era uma roseira e sabia que no tempo certo...Talvez, se ela matasse a planta antes nunca veriam a flor, mas se tudo estivesse nos conformes, iriam conseguir vê-la.
_Êpa, a gente fica sentado no quintal, mas não olha pra ela não. Acho que deve estar inibida de tanto que ficamos encarando a coitada... - novamente com o seu clássico tom sarcástico.
E ela mesma passava longos minutos olhando para o canto que continha um pedaço de planta. Observava mesmo sem notar, não que imaginasse que em uma de suas piscadas apareceria uma rosa linda por ali mas isso virou uma espécie de sonho, ou talvez virara uma questão de honra .
Ele acompanhava essa trajetória pensando que da próxima vez levaria apenas uma plantinha de plástico,ou um peixinho de aquário... Não era a intenção fazer as coisas tomarem tanto tempo e causarem tantos rebuliços... Não era a intenção.


Sendo que um dia as coisas mudaram, sempre mudam...Ele recebeu um telefonema e do outro lado uma voz alegre berrante avisava que aconteceu e aconteceu melhor do que imaginavam. Não apenas um botão apareceu, mas sim três botões na roseira.
Tudo iria voltar ao normal agora, só faltava desabrochar e tudo voltaria ao normal. Dava para ver o sorriso dela pelo telefone.
Apesar de querer muito, o estimado amigo não teria como ver a rosa em sua forma de botão. Era uma semana conturbada e seu aniversário estava chegando.

Na manhã do aniversário dele, sua amiga foi até o quintal/jardim e como se as coisas fizessem um pouco de sentido ela sorriu, um sorriso contido de felicidade. Pegou a maior tesoura que tinha na cozinha e cortou as três rosas que ali nasceram em seu quintal. Juntou-as passando uma fita e fazendo um laço.


Aquela noite as pessoas não entenderam muito bem porque ele estava recebendo três rosas com cara de quintal de presente de aniversário. Ele sabia que rosas eram aquelas:
_Mas era tudo o que você mais queria nesse tempo... -pasmo com a situação de vê-las ali, e em silêncio deu o mesmo sorriso contido de felicidade.
Era o que ela mais queria nesse tempo...



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A melhor estação do ano começou. Aos fãs de tardes com gostinho de capuccino e pão de queijo, o inverno chegou!

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Fiz esse post de sacanagem, só para poder ter o prazer de escrever no fim de tudo: Pasmem!Hoje é o meu aniversário!
Tudo bem que não faço questão dessas coisas, mas nada melhor do que nos contrariar...Ah, e que fique bem claro! A culpa de ter nascido não foi minha...não foi mesmo! Estou tentando fazer minha mãe entender isso até hoje...

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Deus e minhas certezas

São vários caminhos onde podemos ir e apenas um a ser escolhido. Falar de decisões e associá-las a caminhos já é clichê. Mas, me permito fazer isso já que até a Bíblia faz uma coisa dessas, tipo, você abre lá no livro de Provérbios e vai encontrar escrito que “Agir sem pensar não é bom, quem se apressa erra o caminho”,isso na versão NTLH porque na outra eles são mais formais e falam “Não é bom proceder sem refletir,e peca quem é precipitado”. A segunda versão é mais legal o jeito de falar, entretando se não citasse a primeira, não teria como começar a escrever esse texto. Tanto faz a versão, o objetivo do texto é único.

Tenho medo dos caminhos que vou acabar seguindo, morro de medo de fazer a escolha errada como tantas vezes acabei fazendo. E fico pensando qual é a pior coisa que pode acontecer caso eu tome o caminho errado, se é confundir minha vontade com a vontade de Deus (ler
Eu, Deus e o peru) ou se é gostar do caminho errado e não sentir mais vontade de pegar o retorno.
E com a idade que tenho é o ponto onde as pessoas gritam as opções para que eu saia da encruzilhada e tome um rumo. Então fico parada ali ao léu (quem é esse tal de léu afinal?) sem saber, pedindo uma resposta divida de forma clara que não se confunda com o que eu acho que devo fazer.
O pior dos problemas da gente, como diria Mário Quintana, é que ninguém tem nada a ver com isso
. Se eu não conversasse com um grande amigo, patriarca e pastor, nunca pensaria (talvez nunca) que a coisa principal disso tudo é a certeza. Tem gente que acha que a palavra certeza é meio perigosa, concordo, é super perigosa. Mas a certeza é a única resposta para todas as dúvidas.

Tudo bem, é meio sem noção dizer que a respostas para as nossas dúvidas é a certeza. É óbvio,porque se existe certeza não há lugar para dúvida. Mas não parece tão óbvio assim quando pessoas gritam em seu ouvido e Deus parece estar perdendo voz em seu coração.
Se existe certeza que é a vontade de Deus então todos os problemas que virão servem de confirmação para seguir. Então chega ao ponto principal do pensamento do mentor, se existe a certeza de qual é a vontade de Deus nós devemos seguir essa vontade e fazer das certezas de Deus as nossas.
Não é um negócio onde você diz “Se o teto cair em minha cabeça e eu sobreviver, significa que tenho que cortar o dedo e parar de escrever esse texto” e o teto cai em sua cabeça, você sobrevive e simplesmente tira a conclusão que cortar o dedo não seria nada legal, mas a questão sobre parar de escrever o texto deveria ser seguida à risca.


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_Ana Clara, seus textos são tão grandes que faz sentido o nome do seu blog. Afinal de contas, a gente tem que ir lendo “pelas metades”.


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Meu aniversário está chegando. Que presente quero ganhar...?Acho que uma caixinha de lápis para colorir ou um par de asas grandes e novas. Seriam ótimos presentes!



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"Quantas vezes eu parti o Seu coração
Mas Você ainda me perdoa se eu pedir
E quantas vezes Você me ouviu orar
Me aproxime de Ti"


segunda-feira, 2 de junho de 2008

Aventuras de Sophia

Toda brincadeira começa com alegria
Mas o sino do almoço troca o riso por feijão”







As duas tinham uma espécie de amizade, digo espécie sem saber muito bem o motivo. A pergunta que não quer calar é como a gente decide de quem se torna amigo? Elas duas eram amigas, apesar da diferença de idade, de gosto, de conversa. Uma encontrava na outra o que precisava naquele exato momento. Isso era amizade para elas, há quem diga que isso era apenas convivência. Elas não viam isso assim, elas levam a sério uma a outra apesar de tantas diferenças.
Uma ainda não sabia pronunciar corretamente as palavras e para tudo perguntava o porquê. Esta procurava alguém para brincar. A outra esperava em alguém um motivo para sorrir sem motivo. Aquela era quatorze anos mais nova que esta.
A mais nova era vizinha da mais velha, e não posso deixar de dizer “Vice-versa”, que a “Recíproca de uma para a outra é verdadeira”. Não tem como sermos vizinhos sozinhos sem retribuição. E na casa dela aparecia freqüentemente com sua mãe que conversava com a mãe dela, e era nesse momento que se encontravam e faziam brincadeiras muito legais. As brincadeiras eram muito legais para a mais nova, a mais velha achava meio sem lógica. A lógica aparecia apenas quando ela sorria.
Um dia a pequena apareceu enquanto a outra tirava as roupas da mala. Se esparramou na parte da cama que estava arrumada e a desarrumou. A garota que arrumava as roupas deixou de lado o trabalho chato, pegou um lençol e sentou ao lado da pequena desarrumadora de partes arrumadas da cama.
Seria interessante se brincassem de cabaninha essa noite, determinou mentalmente a mais velha. Estava um pouco frio e ela um pouco cansada. Não falou do que brincariam, nunca falava, apenas fazia. Ia se cobrindo e cobrindo a garota que não entendeu o motivo. Ela nunca havia brincado de cabaninha, mas isso não era problema. O bom é que crianças sempre aprendem mais rápido que os adultos.




_O que é que é que você tá fazendo? - a menina já estava quase completamente coberta.
_Estou escondendo a gente. Você não sente medo? -ela falava um pouco mais baixo que o normal.
_Medo de que? - já estava debaixo do lençol e seu tom de voz acompanhava o da mais velha.
_É que às vezes eles ficam debaixo na nossa cama e aí temos que nos esconder.
_E ficar toda coberta se não eles pegam a gente. - a voz dela era quase “inescutável”.
_E se eles pegarem a gente? -era a hora de fazer a menina usar a imaginação, talvez isso seria útil mais tarde para criar redações ou escrever em um blog.
_Shiii, fala mais baixo!! -exigiu a menina com um sussurro.



_Desculpa...E você sabe o que vai acontecer se pegarem a gente?-repetiu a pergunta
_Vão levar a gente pra longe da nossa mãe e nunca mais vamos ver ela. Nunca mais. -a testa da menina franziu e os olhos encheram de água e continuou – Onde está a minha mãe??
A causadora de choros infantis se descobriu rapidamente, a menina nem pestanejou com medo “deles”, foi levada até onde a voz da mãe podia ser escutada. E como se voltasse a realidade ela sorriu, pegou na mão da mais velha com os olhos brilhantes e chamou:
_Vamos voltar pra lá!!A gente se cobre e brinca de cabaninha dinovo!
_Não...é melhor eu te ensinar a dança do Menininho Torto...
_Você ficou com medo? Fica com medo não...é só faz de conta.


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"Meninas são bruxas e fadas,
Palhaço é um homem todo pintado de piadas!
Céu azul é o telhado do mundo inteiro,
Sonho é uma coisa que fica dentro do meu travesseiro!"
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Estava meio que afim de acabar com isso. Mas então me toquei que está perto do aniversário do blog e vou esperar para conseguir comemorar um ano do Pela Metade e dois anos de “textos” escritos. Sei lá como se comemora aniversário de blog, talvez nem texto tenha, mas é só para tirar onda com os novatos. Se bem que eles estão se saindo muito bem!


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Teve um dia que o Richard estava um cadim paranóico por se tocar que o que se escreve em um blog é lido por qualquer pessoa em qualquer lugar. Eu não dei muita corda pra crise dele porque ele poderia desistir de escrever e isso seria chato. Mas então, estou falando isso porque descobri que o Ricardo vem aqui e achei muito bacana...queria dizer que estou gradicida!

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"Velhinhos são crianças nascidas faz tempo!
Com água e farinha eu colo figurinha e foto em documento!
Escola é onde a gente aprende palavrão...
Tambor no meu peito faz o batuque do meu coração!"