domingo, 23 de dezembro de 2007

A noite em que os hotéis estavam cheios


O casal chegou à cidade tarde da noite. Estavam cansados da viagem; ela, grávida, não se sentia bem. Foram procurar um lugar onde passar a noite. Hotel, hospedaria, qualquer coisa serviria, desde que não fosse muito caro.
Não seria fácil, como eles logo descobriram. No primeiro hotel o gerente, homem de maus modos, foi logo dizendo que não havia lugar. No segundo, o encarregado da portaria olhou com desconfiança o casal e resolveu pedir documentos. O homem disse que não tinha, na pressa da viagem esquecera os documentos.
— E como pretende o senhor conseguir um lugar num hotel, se não tem documentos? — disse o encarregado. — Eu nem sei se o senhor vai pagar a conta ou não!
O viajante não disse nada. Tomou a esposa pelo braço e seguiu adiante. No terceiro hotel também não havia vaga. No quarto — que era mais uma modesta hospedaria — havia, mas o dono desconfiou do casal e resolveu dizer que o estabelecimento estava lotado. Contudo, para não ficar mal, resolveu dar uma desculpa:
— O senhor vê, se o governo nos desse incentivos, como dão para os grandes hotéis, eu já teria feito uma reforma aqui. Poderia até receber delegações estrangeiras. Mas até hoje não consegui nada. Se eu conhecesse alguém influente... O senhor não conhece ninguém nas altas esferas?
O viajante hesitou, depois disse que sim, que talvez conhecesse alguém nas altas esferas.
— Pois então — disse o dono da hospedaria — fale para esse seu conhecido da minha hospedaria. Assim, da próxima vez que o senhor vier, talvez já possa lhe dar um quarto de primeira classe, com banho e tudo.
O viajante agradeceu, lamentando apenas que seu problema fosse mais urgente: precisava de um quarto para aquela noite. Foi adiante.
No hotel seguinte, quase tiveram êxito. O gerente estava esperando um casal de conhecidos artistas, que viajavam incógnitos. Quando os viajantes apareceram, pensou que fossem os hóspedes que aguardava e disse que sim, que o quarto já estava pronto. Ainda fez um elogio.
— O disfarce está muito bom. Que disfarce? Perguntou o viajante. Essas roupas velhas que vocês estão usando, disse o gerente. Isso não é disfarce, disse o homem, são as roupas que nós temos. O gerente aí percebeu o engano:
— Sinto muito — desculpou-se. — Eu pensei que tinha um quarto vago, mas parece que já foi ocupado.
O casal foi adiante. No hotel seguinte, também não havia vaga, e o gerente era metido a engraçado. Ali perto havia uma manjedoura, disse, por que não se hospedavam lá? Não seria muito confortável, mas em compensação não pagariam diária. Para surpresa dele, o viajante achou a idéia boa, e até agradeceu. Saíram.
Não demorou muito, apareceram os três Reis Magos, perguntando por um casal de forasteiros. E foi aí que o gerente começou a achar que talvez tivesse perdido os hóspedes mais importantes já chegados a Belém de Nazaré.


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Agora é a hora de cortar o tesão de quem estava iludido pensando que o texto é meu,é meus caros, esse texto é de Moacyr Scliar que li no livro “As 100 melhores crônicas brasileiras” e me contive até chegar perto do Natal para posta-lo.


Não é preciso cair em lágrimas meus caros leitores, pois ainda espero escrever o verdadeiro texto natalino do blog (mesmo que saia depois do Natal...).
Falando nisso a Paula me fez lembrar da velha idéia de escrever textos para o boletim da igreja ,se bem que não sou muito boa (nadinha) para escrever textos "crentes", mas pelo menos eles não teriam rima.


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Viajo hoje para Vila Velha para passar o Natal com a minha mãe já que o ano novo está reservado para o pessoal da PIBI. Tem coisas legais em viajar, por exemplo, lá não tem ninguém para conversar então eu acabarei de ler “O caçador de pipas” e como ficarei sozinha posso até pensar em um texto para o Natal (escrito por mim) e para o Ano Novo (espero que também escrito por mim).


E...se quiserem me ligar....sei lá....só para escutarem o doce som da minha voz.....será um prazer!


(é,realmente não tem muita gente para conversar por lá).
Han....


Feliz Natal!



# oito dias para acabar o ano


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Que forma mais estranha de nos salvar...




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E sabes da minha intenção de te fazer feliz...


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Cultura de televisão: Vincent Van Gogh corta sua orelha esquerda, a leva para um bordel e a dá a uma prostituta chamada Rachel.
Dia do vizinho. Não sei muito bem como são os seus, mas os meus são medonhos. Ainda mais essa mulher que aluga a casa dos fundos...


sábado, 15 de dezembro de 2007

TÃO SEU


“Telefone não basta ao desejo
O que mais invejo é o que não vejo”



Chegou com pressa no saguão onde seria dada a palestra, corria um pouco, colocava o terno ao mesmo tempo em que ajustava a gravata e conferia no relógio o quanto estava atrasado. Olhou para algumas pessoas estavam ali conversando na tentativa de encontrar algo que não achou, olhou então para a mesa onde as pessoas faziam a inscrição de última hora e viu a garota de cabelos cacheados que levantou os olhos do papel que escrevia dando um meio sorriso em sua direção. Ele sorriu, mas logo virou o rosto e retomou o caminho voltando a acelerar os passos e subindo as escadas.
Foi ao cinema e sentou em uma das últimas cadeiras bem no meio, perto de alguns colegas seus, esperavam para que a sessão começasse conversando baixo com risadas altas. Por um momento se distraiu e a garota de cabelos cacheados entrou na mesma sala. Ele a olhou por uns instantes querendo ver onde sentaria, mas levantou com o coração disparado para comprar refrigerante e pipoca.
A piscina estava vazia, era dia de semana e era tarde. Não estava nem sol e nem quente, mas ele estava ali para nadar o máximo que pudesse. Começou a nadar com força, mas logo se cansou. Parou na borda com a respiração ofegante e ela estava sentada na outra ponta molhando os pés na água. Ele mergulhou e voltou a nadar com toda a força que podia o maior tempo que pode.

Tinha muita gente na rodoviária, pessoas que se abraçavam ao chegar e se abraçavam para sair. Ficou esperando ali a hora do ônibus. De todas as coisas que ele precisava a mais necessária era pegar aquele ônibus e encontrar a sanidade em outro lugar. Comprou uma revista de palavras cruzadas para não ver o tempo passar, colocou música para escutar e entrou no ônibus.
A viagem não parecia ter oito horas, parecia ter tido dezoito. Saiu do ônibus. Pegou mala.
Estava parada,a garota dos cachos, logo depois do portão do desembarque olhando atentamente a movimentação de pessoas. Ele a viu e caminhou em sua direção.
_Sentiu saudades? –perguntou a abraçando forte querendo saber se era a único.
_Muitas, demais, exageradamente... – tentando achar mais palavras que mostravam a quantidade extrema da saudade.
_Mesmo? –com um tom de dúvida incrédulo.
_De te ver em todos os lugares...


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Cada dia que passo sem sua presença
Sou um presidiário cumprindo sentença
Sou um velho diário perdido na areia
Esperando que você me leia
Sou pista vazia esperando aviões


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Alguém viu Globo Repórter hoje? Faz um tempão que não vejo. Desisti de Globo Repórter e suas reportagens sobre “sono”, ”animais africanos” e “obesidade”. Hoje a reportagem foi interessante, estava lendo aqui na internet (porque perdi o programa na tv...).


--As pessoas apaixonadas tem o mesmo estado patológico das que são viciadas.O cérebro produz uma grande quantidade de dopamina,o mesmo efeito das drogas. Por isso quando se separam ocorre uma crise de abstinência.
Inclusive a diferença de amor para paixão explicada por eles é essa. A paixão libera dopamina em excesso (e acredite: isso é prejudicial ao cérebro causando até Alzheimer!!!) e amor você produz dorfina que te leva a estabilidade e tranqüilidade.


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Estou romântica esse mês,né? Pelo menos rende "bons" textos. Ah,inclusive esse vai para a Aline em agradecimento ao apoio moral que ela está me dando! rs
No livro é claro que terá uma dedicatória para você!!! : D


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Dia 14 de dezembro o 348º dia do ano com 17 dias para acabar o ano e dia do engenheiro de pesca.
Já que é bem provável que não teremos um post amanhã então fica aqui os parabéns para todos aqueles que cuidam de seus jardins (dia do jardineiro!e eu ia fazer uma piada ridícula por causa do meu sobrenome...mas vou ficar quieta...) e declarado o começo do Hanukkah (para aqueles que comemoram).

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“Serei honesto em tudo o que fizer. [...] Viverei uma vida correta na minha casa e não deixarei que entre nela nenhum mal. Eu detesto as ações daqueles que se afastam de Deus e não tomarei parte nos seus pecados. Afastarei de mim pensamentos desonestos e não terei nada a ver com a maldade. Destruirei aqueles que falam mal dos outros pelas costas e não suportarei os orgulhosos e os arrogantes.[...]”

{Salmos 101}


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[repararam o que o Blogger fez com meu template?Grrr raiva. depois eu dou um jeito.]

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Novos Rumos








Decidiram cessar a caminhada e passar no supermercado na intenção de comprar um enorme pote de sorvete que seria a cura para o marasmo. Entre todas as caminhadas que faziam no fim das tardes de sexta-feira, rotina dos dois, essa foi a mais quieta, mais estranha. Ele pensativo e ela tentando arranjar uma conversa que deixasse o silêncio mais barulhento. Eram amigos, ela com seus dezenove e ele com seus vinte dois e meio.
Deram voltas entre as prateleiras até encontrarem os frios. Nossa, poderíamos transferir as caminhadas do calçadão para o supermercado, semana que vem a gente tenta achar a parte de limpeza, ela falou com um tom sarcástico e comemorativo por avistar onde os sorvetes ficavam.
Ele quieto ainda olhando a garota estabanada abrindo e fechando os freezeres procurando algum sabor que cairia bem naquela noite. Nada de exótico, algo que agradasse e combinasse com calda de morando e granulado.
_Vai me dizer ou não o que você está pensando? –ela falou paciente olhando os sorvetes.
_O que? –retomando a atenção no que ela fazia e saindo do devaneio onde se encontrava.
_É. Vai me dizer o que está pensando? –repetiu intimando-o para leitura de pensamentos.
_Quer mesmo saber? –indeciso se falava ou não o que passava pela sua cabeça.
_A escolha é sua. –desviou o olhar dos potes de sorvete que segurava para o rosto do amigo.
_Estava pensando no sonho que tive essa noite contigo. Foi um sonho bom, a gente estava junto. Isso nunca me tinha passado pela cabeça, mas passou enquanto eu dormia. Foi a melhor coisa que pude pensar em tanto tempo. Então eu percebi que na verdade eu já estava junto de você e gostando... e que é a única pessoa que me faz desistir de me acostumar com a solidão.Não sei agora se me sinto aliviado ou se me preocupo por esse poder ser o fim das nossas caminhadas. –falou a princípio sem pensar no que estava pensando em acelerado ritmo.
Ela riu, um pouco constrangida e no meio do sorriso sem graça veio um sorriso de felicidade discreto. Se era para caminhar com alguém todos os dias, ninguém melhor do que aquele que estava presente em todos os caminhos. Se estavam buscando novos sentidos, ninguém melhor para determinar o rumo.
_É...e eu que esperava apenas que você me dissesse se achava melhor flocos ou napolitano...-ainda sorrindo guardou o sorvete napolitano que gelava suas mãos.


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Minhas aulas acabaram hoje no 339º dia do ano, faltando 26 dias para acabar o ano.

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Roxanne,
you dont have to put on the red light
Those days are over
You dont have to sell your body to the night
Roxanne,
you dont have to wear that dress tonight
Walk the streets for money
You dont care if its wrong or if its right






Tudo bem que não irei no Maracanã dia oito para ver o show do The Police. Mas se tudo realmente está perdido (e com certeza está) sempre existe os clássicos do rock n' roll!


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Fim de festa.O que resta.Nossas cinzas.