Lembro do dia que uma amiga me contou que o garotinho que eu era apaixonada não iria me fazer feliz porque gostava de outra pessoa. Eu não era uma criança, apenas uma adolescente meio tosca que usava calçados estranhos e me vestia meio mal.
Apesar disso, uma das coisas que me surpreendem foi a reação que tive sobre a informação dada ao telefone: fui para o meu quarto desarrumado, deitei na cama em uma posição desconfortavelmente esquisita e orei.
Na minha conversa com Deus pedi simplesmente pra ele deixar o garotinho ser feliz com a pessoa amada (que não era eu) porque achava injusto que isso não acontecesse.
Naquele momento esqueci da minha dor, esqueci que queria ter beijado a boca do garotinho e andado de mãos dadas com ele na rua depois de conhecer seus pais (que sem dúvidas me amariam). Só quis saber se o garotinho ficaria bem, se seria bem cuidado e não sofreria.
Tenho certeza que não fiz isso porque não o amava do meu jeito adolescente, mas de uma forma estranha eu sabia a maneira certa de amar alguém. Esses dias tenho aprendido com a garota tosca que um dia eu fui (a garota que achava que precisava fazer uma tatuagem como a do vocalista da minha banda preferida).