domingo, 25 de janeiro de 2015

Pra salvar seu coração.

Lembro do dia que uma amiga me contou que o garotinho que eu era apaixonada não iria me fazer feliz porque gostava de outra pessoa. Eu não era uma criança, apenas uma adolescente meio tosca que usava calçados estranhos e me vestia meio mal. 
Apesar disso, uma das coisas que me surpreendem foi a reação que tive sobre a informação dada ao telefone: fui para o meu quarto desarrumado, deitei na cama em uma posição desconfortavelmente esquisita e orei.
Na minha conversa com Deus pedi simplesmente pra ele deixar o garotinho ser feliz com a pessoa amada (que não era eu) porque achava injusto que isso não acontecesse.
Naquele momento esqueci da minha dor, esqueci que queria ter beijado a boca do garotinho e andado de mãos dadas com ele na rua depois de conhecer seus pais (que sem dúvidas me amariam). Só quis saber se o garotinho ficaria bem, se seria bem cuidado e não sofreria.
Tenho certeza que não fiz isso porque não o amava do meu jeito adolescente, mas de uma forma estranha eu sabia a maneira certa de amar alguém. Esses dias tenho aprendido com a garota tosca que um dia eu fui (a garota que achava que precisava fazer uma tatuagem como a do vocalista da minha banda preferida).

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

(quase) minicontos

ÔNIBUS

Pensando em você
passei do ponto.


REFLEXO

Ver pessoas chorando me incomoda profundamente.
Nunca tive espelhos em casa.


DIAGNÓSTICO

Foi doente de ciúmes que ela morreu.


ATLAS

Céus! Que peso! - resmungou.


PRECE

Gritando sem sussurros,
para que apenas os anjos a ouvisse.


ANSIEDADE

Uma hora antes, já estou atrasada.