A gente acorda como a música Telegrama de Zeca Baleiro, “com uma vontade danada de mandar flores ao delegado de bater na porta do vizinho e desejar bom dia, de beijar o português da padaria”, mas logo logo o tempo muda, se fecha sem previsão e quase acaba em Tsunami por conta do nosso mau humor. O mundo é assim, tão dividido entre antes e depois de Cristo, mas classificado com dias de TPM e dias sem TPM.
Não que eu queria falar dessas coisas, mas é que eu quero falar dessas coisas. Não que eu fosse escrever esse texto, mas como não escrever um texto? Pega sorvete pra mim? Mas sorvete engorda! Não acredito que você não me elogiou, mas se elogiar vou te de chamar de falso. Porque você está fazendo isso? Choros. Gritos. Algumas dão tapas, outras choram mais um pouco. Até pela árvore, até pelos corais que estão sendo extintos, até pelas tartarugas protegidas pelo projeto TAMAR.
Tentamos falar que estamos normais, não gostamos de assumir nosso momento completamente vulnerável. Criamos desculpas e problemas. Colocamos nossos pais entrevados em uma cama para não dizer que estamos chorando porque o Tom não pegou o Jerry mais uma vez. Falamos que a culpa é toda sua e não ouse, de forma alguma, perguntar se estamos naqueles dias. Sem pensar duas vezes te mataríamos com uma caneta e de uma forma sarcástica seríamos capazes de falar que era uma tentativa de traqueostomia para salvar sua vida.
-Eu já não disse que estou calma??? Por que não para de respirar??? O barulho da sua expiração está me incomodando!
É assim que somos todos os meses por mais que não tenhamos culpa. E por mais que sem culpa, até peço desculpas. Sei que o mundo não entende, mas obrigada por nos aceitarem bem.
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Requentado.