Contando com os feriados,recessos e com fim de semana, a família teria cinco dias livre, morando em uma cidade pequena e sem muito passa tempo decidiram então que viajariam para a casa de praia da tia e é claro, sem a tia.
Entraram no carro não levando muitas esperanças que esses dias seriam grandes coisa, mas tinham certeza que seria melhor passa-los em um local diferente, mesmo que tão sem distrações quanto sua própria cidade.
As malas estavam no carro junto com o patriarca da família, a mulher do próprio, os três filhos, a amiga magrela da filha mais velha e o vídeo game do filho do meio. Logo que chegaram na casa de praia o céu fechou, bem que disseram que nuvens fofas era sinal de chuva. Quem acredita em uma teoria assim?
Ficou um pouco medonho o local, foi o comentário da mais velha para a amiga ao entrarem no quarto que dava vista para o quintal. Típica cena de filme de terror, foi o comentário da amiga para a filha mais velha tentando achar algo interessante para fazer já que só teriam televisão no dia seguinte.
O patriarca saiu da casa e foi instalar a bomba para que a água chegasse na caixa d'água e as meninas ficaram ali, sentadas na cama olhando pela janela tendo ligeiros devaneios. As luzes da casa foram apagadas para que ele não levasse um choque ao instalar a bomba. Ninguém queria isso ocorresse, ainda mais sem herança, ainda mais em um feriado. A imagem dele foi substituída por apenas uma sombra.
Silêncio, com a falta de luz todos ficaram em silêncio. O silêncio foi quebrado com passadas fortes e descompassadas pela casa. Alguns berros que vinham de não sei onde, terminavam não sei o por quê e não diziam nada.
Elas não sabiam muito bem o que estava acontecendo então permaneceram quietas ali, tentando enxergar algo do lado de fora. Espera, tinha mais de uma sombra ali? Um grito cortou as passadas descompassadas que davam pela casa e um corpo caiu no chão.
O que estava acontecendo? Barulho de pancadas pela casa. Seria a hora de entrar em pânico ou a hora de entrar em pânico já havia passado? Então bateram forte na porta, esmurravam a porta. Elas se olharam quase sem movimento.
_Vamos jogar bisca? - pergunta o pai que vai entrando pela porta como quem havia descoberto a grande distração da noite chuvosa.
_Eu não sei jogar...- a amiga magrela diz enquanto todas as luzes voltavam a acender.
_Tudo bem.Se o naipe....-começou com a maior paciência do mundo.
Tâmara veio.Tive minha última Feira do Saber. Minha mãe veio.Eu fui.Aprendi a jogar bisca e teoricamente buraco. Perdi muitas vezes para o Paulo. Escutei estórias de terror da Hélvia (só no sussurro!). Escutei as piadas da Dorila. Acordei com raiva do Hítalo e do Lediel. Minha mãe foi. A Tâmara foi. Eu voltei. Meu cachorro cresceu muito enquanto eu viajava. Eu escrevi! E volto quando Deus quiser...
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É muito estranho baixar músicas do Roberto Carlos e rir com A Praça é Nossa?
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Estou tentando aceitar as mudanças que estão prestes a ocorrer na minha vida. Pode parecer drama, ainda mais porque sou ótima nisso, mas não vai ser tão fácil assim deixar Itaperuna em menos de dois meses. É...as coisas vão mudar....
#40 dias para acabar o ano.
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Às vezes, parece tão longe
Eu digo: Alô!
Mas ninguém responde
Eu entro no meu quarto
Eu fecho a porta
Mas parece que o céu
Está de bronze
Eu digo:
Deus, o que será que aconteceu?
Mas o Teu silêncio é...
Pra me fazer crescer
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_Como sabe que eu sou louca? – indagou Alice.
_Deve ser - disse o gato – ou não estaria aqui.